03.bunny ou bread?

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Na manhã seguinte, acordei lembrando do meu nome, Jules. Alby ficou contente e nos levou para pormos nossos nomes no muro bem cedinho.

-Acho que agora fazemos parte dessa família oficialmente- digo enquanto caminho com Thomas pelo pasto

-Ainda tenho muitas dúvidas sobre esse lugar, mas as pessoas daqui parecem ser boas- diz o garoto dando algumas olhadas de canto para o muro

- É por isso que eu sei exatamente o que você tá pensando e eu tô dentro

-o que?- se fez de desentendido

-corredor- falei como se fosse óbvio mas o garoto ainda parecia uma interrogação- Você quer ser um corredor, e eu também quero

-Ah, não, claro que nao- quando viu que não colou, admitiu- Ta, sim. Eu quero, quero muito saber o que tem atrás desses muros.

-Vamos nos esforçar pra isso então, de acordo?- estendo a mão para um toca aqui e o garoto retribui

-De acordo- sorri tímido

Quando voltamos à clareira recebemos trabalhos para aquele dia e talvez o resto da semana. Thomas ficou na área de colheita de frutos e eu no cercado dos animais, não curto muito a ideia de abate-los mas sou nova aqui e me fazer de difícil não seria o melhor. Apesar disso, por ser a única garota aqui os meninos tendem a me ajudar e dar uma atenção a mais, como se eu fosse uma irmãzinha mais nova, "o saco de trigo tá pesado? Eu carrego pra você", "cansou de catar os plongs dos bichos? Faço isso pra você " "você devia descansar mais", no começo até gostava disso, mas agora me irrita um pouco, já que é como se me vissem de uma forma delicada demais, algo que vai quebrar se fizer força. Decidi então que precisava mostrar que sou tão boa quanto eles, não uma aprovação, mas comprovação sobre quem sou.
Já passava do horário do almoço, logo os muros se fechariam e os corredores iriam chegar. O clima estava bom, úmido e quente, uma tardezinha boa para para nos sentarmos e descansar em relação à manhã. Porém mesmo todos se retirando pro descanso, eu ainda estava no pasto, queria ter certeza de que alimentei todos os bodes corretamente e que todos estavam presos.

-Ue, tá faltando um?- digo para mim mesma- a não...- normalmente não é um problema os animais ficarem soltos de vez em quando, porém os filhotes precisam ficar presos pois tem mais energia e curiosidade, então facilmente correm para os muros. Lembrei que havia um filhote que nasceu pouco antes da minha chegada, Chuck me disse que ele era um capetinha, que roubava a comida dos irmãos e adorava correr para dentro do labirinto. A preocupação ocupou a minha cabeça, se aquele filhote fugisse para o labirinto durante a minha responsabilidade, iriam confiar em mim muito menos do que já confiam agora.

Comecei a procurar desesperadamente pelo animalzinho. Lá estava ele, no pior lugar possível, comendo algumas plantas em bons metros de distância dos muros, era uma boa distância e ate eu me aproximar não iria dar tempo dele entrar no labirinto, era a minha chance. O capetinha ao me ver se aproximar me encarou, eu estava a poucos metros dele, seu olhar era familiar... já vi alguém me olhar da mesma maneira antes, parecia um...Coelho?

-a nao...- disse baixo prevendo o que viria, o filhote saiu em disparada, e na pior direção possível, o labirinto. Os corredores tinham acabado de chegar e estavam cumprimentando o pessoal. Não tive tempo de pensar e comecei a correr atrás do animal.

-como um bichinho pequeno pode correr tanto?!?!?!- gritei enquanto corria pela minha vida

Não tenho mta noção de velocidade mas mesmo pequeno conseguia se manter a frente de mim alguns metros, me desesperei e a velocidade que eu achei que era a minha máxima aumentou, meu pulmão estava queimando mas não podia me dar ao luxo de parar, os pensamentos estavam me mantendo fora do controle do meu corpo.

i like the way you look at me -minho_ maze runnerOnde histórias criam vida. Descubra agora