05 - Morna, mas ainda arde

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✯ Ginny

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Ginny

Na correria do dia-a-dia, encerrei meus atendimentos na sexta-feira às pressas e corri para casa para poder me arrumar.

Talvez eu fosse a pior amiga do mundo, mas me esqueci completamente que o casamento da minha melhor amiga era no dia seguinte e eu, a madrinha, não tinha a menor ideia de que aquela noite de sexta-feira era a noite das madrinhas.

Sério, de quantas celebrações pré-matrimoniais Utahime precisava?

Resmunguei em busca de um vestido limpo, mas não encontrava nada. Às pressas, todos os meus sapatos pareciam horríveis e meu cabelo molhado destruiu a minha elegância, mas eu não tinha tempo para me atrasar ainda mais. Precisava encontrar uma boa roupa para ontem.

— Sério, eu preciso muito arrumar essas coisas.

Minhas mãos apressadamente remexiam por dentro do armário, espalhando os tecidos em busca de qualquer coisa minimamente usável. Fazia tanto tempo que não saía com as minhas amigas que mal sabia o que usar. Lantejoulas ainda estavam na moda?

— Ótimo!

Sorri ao encontrar meu vestido preto de cetim. Tinha alças finas e era mais curtinho do que o adequado para andar por aí com uma criança pequena. A boa notícia? Florine não iria comigo! Eu estava livre para sair por aí usando vestidinhos levemente sensuais.

Coloquei sandálias com saltos finos também pretas e coloquei todos os meus acessórios dourados (as rainhas da prata que me perdoem, mas nada brilha mais que um bom ouro). Me maquiei rapidamente e saí às pressas de casa. No meio do caminho agradeci por deixar sempre um perfume no carro, pois me esqueci completamente antes de sair.

Depois de dirigir por um longo trajeto, meu cabelo ainda estava úmido, mas disfarcei com uma presilha dourada ao montar um penteado semi-preso.

— Droga, já chegaram! — exasperei ao ver que, provavelmente, eu era a última a chegar mais uma vez.

Entrei pela parte traseira do salão para evitar perder ainda mais tempo ao dar a volta e respirei fundo. Era só mais um jantar de madrinhas com drinques doces e coloridos, muitos veuzinhos de noiva em todos os docinhos e canudinhos em formato de pênis.

Exatamente igual quando me casei.

A lembrança amargou minha boca ao escutar as risadinhas. Nove anos atrás era eu com meu vestido branco e as meninas me rodeando. Jamais imaginei que em algum momento estaria chamando o meu amor de "Carniça".

Respirei fundo, uni toda a minha coragem e engoli o choro. Fingir que o divórcio não me doía era uma grande mentira. Mesmo sabendo que ele é um ser humano horrível e que era muito melhor tê-lo distante, ter que encarar todos os nossos sonhos e planos (mesmo que falsos e voláteis) desaparecendo da noite para o dia era amargo e doloroso.

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