Capítulo 06 - Todo Mundo Morre

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O relógio marca 07h00 em ponto. O alarme de Biazinha toca neste exato momento, indicando que é hora dela acordar. Aos poucos, ela desperta, mas extremamente exausta, juntando forças pra sair da cama mesmo não querendo. Após ficar olhando pro nada, ela se levanta e vai caminhando até o banheiro. Diante do espelho, seu reflexo aparece como um eco distante, é como se ela nem reconhecesse ela mesma. O frasco de remédios repousa na pia, como um testemunho silencioso da batalha que ela trava diariamente. Com as mãos trêmulas, ela abre o frasco e despeja as pílulas na palma da sua mão. Cada comprimido representa uma tentativa de amenizar a dor que a consome desde o desaparecimento de Adrian a 06 meses atrás.

Depois de tomar os remédios, ela faz sua higiene matinal e passa uma make leve só pra esconder olheiras de quem já não dorme tão bem, e para esconder os resquícios de choro. Após tudo isso, ela se arruma, pega sua mochila junto com alguns cartazes de procurado e desce para o café da manhã.

Jôane:
— Pretende ir para escola hoje ou essa mochila é só de enfeite?

Biazinha nada responde fica calada pegando apenas uma torrada com requeijão.

Jôane:
— Ana Beatriz, me responde, não tô falando com as paredes não! Você tá obcecada por achar esse garoto... você está ficando cada vez mais doente!

Biazinha:
— E desde quando você se importa?

Jôane:
— Desde que você nasceu, você é minha filha, tá? E eu sou a sua mãe, eu me importo com você!

Biazinha:
— Uau... mãe do ano, meus parabéns!

Jôane:
— Pretende pelo menos aparecer para jantar?

Biazinha:
— Não sei... vou ver e te aviso.

🕑 - Algum tempo depois na Sesi Academy.

Maria Eduarda:
— Alguma novidade?

Biazinha:
— Zero novidades... e você?

Maria Eduarda:
— Mesma coisa... ninguém entra em contato, e quem entra acaba confundindo a pessoa que viu. Resumindo, todo dia parece ser só mais um dia... nunca dá em nada...

Biazinha:
— É como se ele fosse a estrela e o fantasma ao mesmo tempo... as pessoas ouviram falar, mas só falam a mesma coisa, "ain ele era um garoto simpático, cheio de sonhos", "ain ele sempre tinha um sorriso no rosto e conversava com todo mundo'...

Maria Eduarda:
— Bia... você... seja sincera, você acha que a gente ainda vai encontrar ele? Ainda tem chances dele estar vivo?

Biazinha:
— Eu sei que vamos encontrar ele! Eu não sei explicar, mas eu sei que vamos, só temos que continuar seguindo em frente..

Maria Eduarda:
— Espero que não demore mais...

📍 - Sala do diretor.

Diretor Celso:
— Emilio me ligou...

Beatriz:
— E aí?

Diretor Celso:
— Aparentemente o delegado Maldonado está avançando no caso e uma das pistas apontou pra Emilio... ele foi falar com ele sobre a fazenda da família dele...

Beatriz:
— Precisamos achar outro lugar pra aquele garoto...

Diretor Celso:
— Não deveríamos ter feito isso...

Beatriz:
— A gente não fez nada, querido. Adrian era um problema, você se lembra, certo? Tudo que ele fez ao chegar aqui, foi chamar atenção, se tornou popularzinho e começaram a achar ele a voz da razão, ele virou essa escola do avesso fazendo o que queria, e quase que ele explana nosso caso.

OUTRO LADO: LÁGRIMAS DO TEMPOOnde histórias criam vida. Descubra agora