Capítulo 6

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Minha rotina estava puxada. Fazia mais de 15 dias que estava treinando como um louco. Segundo Tommo, eu deveria morar no galpão se quisesse vencer Carter Hugs.

Estava exausto e implorei por um final de semana de folga. Louis com muito mau gosto, me liberou do treino excessivo, e decidi usar minha folga para ir no orfanato dar um abraço na Alice e na tia Agnes e depois ir até algumas lojas, precisava comprar um tênis e novas faixas para meus punhos.

Sei que a tia Agnes é bem mais que uma tia. Ela é a mãe que eu nunca tive. Ela, além do Tommo, é a única família que tenho. Alice também tem um espaço especial na minha vida, e espero que ela tenha uma família que a ame e cuide bem dela, quando for adotada.

Como sempre, passei boa parte do sábado brincando com Alice. Desta vez ela estava mais animada e falante, quis brincar de salão de beleza e acabei tendo vários penteados nos meus cabelos longos. Depois do almoço, acabei com duas tranças que a tia Agnes ajudou Alice a fazer. Eu não consegui dizer não para aqueles olhinhos castanhos.

Dessa fez a despedida foi diferente das outras, tia Agnes sempre tinham lágrimas nos olhos quando me despedia dela, mas o inusitado da vez foi, Alice se pendurar no meu pescoço e chorar, não querendo que eu fosse embora. Até mesmo as mulheres que trabalhavam no orfanato, acharam isso estranho.

Depois de acalmar Alice e prometer que viria vê-la amanhã, a tia Agnes iria pedir a autorização para o diretor North, para que eu pudesse levar ela para um passeio, Alice gostou muito da ideia e me deu um abraço apertado.

Assim que saí do orfanato, desmanchei as tranças e fiz o costumeiro coque no meus cabelos. Estava pensando seriamente em cortar, o comprimento já estava me incomodando.

Ao chegar ao centro de Londres, me distraí olhando as lojas e suas vitrines exageradas

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Ao chegar ao centro de Londres, me distraí olhando as lojas e suas vitrines exageradas. Caminhei mais um pouco e entrei em uma loja de calçados, e uma vendedora cheia de dentes veio até mim.

— Olá, em que posso ajudar?

— Olá. Preciso de um bom tênis para treinos em academia.

— Certo, pode me acompanhar.

Segui a moça com um pouco de raiva. Odiava que me olhassem como se eu fosse um pedaço de carne. Eu não era cego, ela era bonita, pra quem gostava de mulher.

Me esquivei umas três vezes dos seus toques em meu braço. Para conversar, precisava ficar tocando tanto?

Forcei um sorriso e me afastei um pouco para olhar um par de tênis que me chamou a atenção, não me importando se a deixei falando sozinha.

Realmente havia gostado daquele tênis, tanto pelo modelo, quanto pela cor. Eu amava amarelo. Me virei e levei um susto, a vendedora estava parada atrás de mim com um sorriso assustador.

Disfarcei rápido e sorri forçado.

— Vou levar esse.

— Mas você não quer dar uma olhadinha nos outros que tenho aqui? — Falou e segurou meu braço de novo.

Blood and Healing - ZARRYOnde histórias criam vida. Descubra agora