Capítulo 8

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Aquela noite de domingo havia ficado bem fria, e quando descemos do Uber, o vento gelado cortava minha pele exposta, fazendo meu corpo se arrepiar de frio. Abracei Alice bem apertada, tentando a proteger do vento, enquanto caminhávamos até a porta da frente do orfanato.

Zayn estava ao meu lado, e veio o trajeto todo dando atenção a Alice, que se invocou com o broche de flor dele. Assim que subimos as escadas da frente, a porta se abriu e tia Agnes veio em nossa direção com uma manta para Alice. 

— Querido, está muito frio pra você estar sem casaco.

— Eu sei, não pretendia vir tão tarde, mas me distraí com a companhia desse adorável rapaz — Falei enquanto enrolava a manta na Alice, que tinha dormido quando estávamos quase chegando.

Zayn sorriu tímido para mim, e suas bochechas ganharam um leve rubor. Depois da minha fala, a tia Agnes percebeu que eu não estava sozinho, e seu sorriso se alargou imediatamente. 

— Olá, sou o Zayn, amigo do Harry — Falou com sua voz doce e seu sorriso preguiçoso nos lábios. 

— Olá querido, que bom saber que meu menino tem um amigo — Tia Agnes puxou Zayn para um abraço. O moreno ficou surpreso, mas retribuiu o abraço da senhora. 

— Tia, a senhora falando assim, até parece que não tenho amigos — bufei com o que ela falou. 

— Não liga pra ele não, ele deve estar mal humorado por causa do frio — Tia Agnes falou e os dois riram de mim. 

— Vou levar Alice na sua cama e já volto, então podemos ir Zayn, antes que minha tia encha sua paciência.

Não esperei por respostas, entrei e segui até o quarto que Alice dividia com as meninas da sua idade. Depois de ter certeza que ela estava bem coberta, deixei um beijo em sua testa e voltei para me despedir da tia Agnes.

Me abraçou apertado e me repreendeu mais uma vez por estar sem casaco. Pediu que eu voltasse logo e me fez passar vergonha falando para que eu tivesse juízo, indicando o Zayn com a cabeça. Acho que essa foi a primeira e última vez que trazia o Zayn junto. Zayn se despediu e prometeu voltar e disse que ficaria de olho em mim, finalizou sua fala piscando um olho para tia Agnes, que sorriu cúmplice. 

— O que vocês conversaram enquanto levei Alice no seu quarto? — perguntei quando já estávamos no uber novamente.

Zayn passou seu endereço para o motorista e íamos deixá-lo em sua casa primeiro e depois eu pegaria o metrô para o buraco onde eu morava. 

— Não falamos nada —disse em tom inocente.

— Não consigo acreditar em você, sabia? 

— Porquê? Eu jamais iria mentir para você — Falou fingindo-se ofendido, me fazendo rir com sua audácia.

 — Está falhando então, porque isso conta como mentira, você falando que nunca mentiria já mentindo — Zayn soltou uma risada sincera e meu coração acelerou com aquele som.

Praticamente tivemos um primeiro encontro, toques das mãos, beijos no rosto e muita conversa confortável. Mas eu queria mesmo era prender ele aqui mesmo, nesse banco do carro, e beijar cada pedacinho do seu corpo. Explorar por horas todos os detalhes da sua pele, lamber cada cantinho jamais tocado antes.

Mas não poderia avançar assim para cima dele. Ele poderia me achar perturbado ou um tarado. Zayn era especial, e merecia ser tratado com nada menos do que o melhor de mim.

Encarei seus lábios por longos segundos e vi lentamente seu sorriso ir se desfazendo ao perceber como eu o olhava. Umedeceu seus lábios, passando sua língua entre eles. Respirei fundo e antes que meu pau desse sinal de vida, foquei meus olhos verdes nos seus castanhos, vendo desejo neles.

Blood and Healing - ZARRYOnde histórias criam vida. Descubra agora