Blood and Healing - ZARRY

Capítulo 14

Conseguia sentir a adrenalina circular em minhas veias. O som dos gritos das pessoas ecoavam por todo aquele galpão e isso servia como combustível para a adrenalina no meu corpo. O cheiro de sangue já toma conta do ambiente me fazendo inalar o ar fortemente.

— Você está pronto? — Louis perguntou, entrando no vestiário.

Era a grande hora. Fazia uma hora que estávamos no galpão, apenas esperando para que eu pudesse entrar na jaula. Zayn estava aqui, ao meu lado, seguindo cada passo meu com seus olhos curiosos e atentos. Depois de tomar uma ducha gelada, e quase sentir meu sangue congelar, meu corpo relaxou um pouco. E gradativamente as vozes das pessoas chegando foram dominando o lugar. 

— Estou!

— Ótimo. Carter também está, Antônio será o “juiz” da noite.

— Certo — confirmei e abracei Zayn pela cintura. — Você está bem? Tem certeza que quer ver a luta?

— Estou nervoso e ansioso, mas de resto estou bem — murmurou baixinho apenas para mim ouvir.

Apertei meus braços em torno dele e acariciei suas costas, passando conforto.

— Se você quiser sair de lá antes da luta acabar, apenas fale com o Tommo, ok!? — Zayn confirmou com a cabeça e eu puxei seu rosto, beijando seus lábios.

Suspirei ao sentir o gosto da sua boca. O gosto viciante que já estava gravado em minha mente.

— Tempo esgotado, Harry — Louis gritou da porta.

— Por favor… se cuida, querido — Zayn falou quando nosso beijo parou. — Não vou lhe desejar boa sorte, porque sei que você vai ganhar.

— Obrigado — segurei sua mão e seguimos atrás do meu amigo.

O galpão estava lotado e a gritaria aumentou quando viram eu e Carter se aproximar da gaiola. Ele do lado esquerdo e eu do direito. Era impossível ouvir outra coisa além dos gritos e vaias de todas aquelas pessoas.

Carter mantinha seus olhos em mim, assim como eu nele. Ele era mais alto, talvez uns cinco centímetros, era forte e cheio de tatuagens. Seu cabelo estava raspado e seus dentes eram meio amarelados, pude ver porque ele sorriu em deboche para mim.

Me virei para Tommo, que trocou um soquinho de punho fechado comigo. Eu sabia o que fazer e Tommo também. Eu havia treinado para isso e eu venceria essa luta. 

Dei um selinho apertado em Zayn, quando ouvi Antônio me chamar para a gaiola com o microfone nas mãos.

— Eu te amo — falei quando afastei meus lábios do de Zayn, deixando um moreno atordoado para trás.

Talvez não fosse a hora certa para falar isso ou só o momento não era o certo. Mas eu tinha consciência de onde estava entrando e sabia que talvez eu nem saísse dali nas condições em que entrei. Então achei justo ele saber o que sentia por ele, mesmo que ainda não tenhamos um rótulo para nossa relação.

O chão da gaiola parecia vibrar em baixo dos meus pés descalços, ou era meu coração que batia tão rápido que fazia meu corpo vibrar. Olhei para as faixas brancas em volta dos meus pulsos e dorso das mãos, tendo certeza que estavam bem firmes, e ergui meu olhar para meu adversário, deixando que ele visse em meus olhos a determinação em ganhar aquela luta.

— Ambos sabem como a luta funciona — Antônio falou, parando entre nós, dividindo sua atenção entre nós dois. — Todos os tipos de golpes são liberados e a luta só acaba quando um de vocês estiver desacordado e sem chances de continuar.

Ambos confirmamos com sua fala, sem desviar nossos olhos.

— Comprimentem-se.

Estendi minha mão para um toque de punhos fechados, mas Carter olhou para minha mão com nojo e se virou de costas para mim.