Capítulo 21

Dois idiotas

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//Aizawa POV//

  Por alguma razão, Nikki não apareceu. Pelo que nós conversamos (e nós já temos muitas horas de conversa) sabia que ela era extremamente pontual, odeia atrasos. Então quando passou 10 minutos das 15:00 e ela não apareceu, fiquei preocupado. Mas 20 minutos depois, apenas resolvi que ela não iria vir, por alguma razão qualquer. 'Se passou meia hora e ela não veio, ela não vem mais', pensei. Bastou 2 semanas para aprender isso dela. E não demorou muito para aprender que, se aconteceu algo errado para ela não querer/poder vir, ela não vai me dizer. Pelo menos não facilmente. Então o que me resta é esperar por outro dia, e com a calma e paciência que eu não tenho mas vou ter de arranjar, tento falar com ela. Depois de 3 meses acho que já consegui desenvolver melhor a minha técnica para conseguir fazê-la falar. 'Aquela mulher só me dá dores de cabeça, parece os meus alunos'. Pensei.

  Passei o dia sem fazer absolutamente nada. Bebi café e vi televisão. Sinceramente estava desapontado, e inevitavelmente preocupado. Era a primeira vez que ela faltava a alguma coisa.

  Por volta das 18h ouvi alguém bater à porta. E por alguma razão, senti esperança de ser a Nikki.

  Preguiçosamente levantei-me do sofá e abri a porta.

  E lá estava ela. Fiquei surpreso, mas por alguma razão já esperava por ela.

Aizawa: Um grande atraso, não?? - perguntei. Ela não olhava para mim, parecia desconfortável. Eu sabia que ela odiava isto.

Nikki: É... d-desculpa...

Aizawa: Tudo bem, agora entra. - Tentei deixá-la o mais confortável possível, ela não parecia bem. Tinha os olhos cansados, talvez esteve a fumar. Ou a beber. Havia acontecido algo mal, mas mesmo assim ela veio. - O que aconteceu?

Nikki: Mmh... - Ela parou para pensar. Olhava para tudo menos para mim. - Família...

Aizawa: Família? - Perguntei. Queria que ela falasse mais. Aquilo, obviamente, não bastava. Eu sabia que o pai dela havia morrido e pelo que eu entendi não tem mãe também.

Nikki: Uhm... a minha ma... madrasta. - Fiquei calado. Não sabia que ela tinha madrasta. E percebo que maior parte das vezes, madrastas não são boas. Ou pelo menos, nunca é a mesma coisa que uma mãe.

Aizawa: O que aconteceu? - Ela sentou-se no sofá, calada. Estava estampado na cara dela que ela não ia responder. Então tentei convencê-la. Abaixei-me à frente dela, que estava sentada no sofá. - Se calhar fazia-te melhor falar.

Nikki: Não gosto. - Ela disse, desviando o rosto e cruzando os braços. 'Teimosa' pensei.

Aizawa: Anda lá, confia em mim. Não precisas de me dizer tudo, nem nada parecido. Mas deixa-me ajudar-te. - Pela primeira vez, ela fixou o olhar dela no meu. Eu fiquei surpreso, não estava à espera e embora eu tenha tentado esconder, sentia o rosto quente. Os olhos dela são lindos vistos assim.

Nikki: Mh... tu és muito gentil. - E o que quer ela dizer com isto? 'Esta mulher é maluca'.

Aizawa: Obrigado??

Ué, mas lutadoras não gostam de heróis! (BNHA - Aizawa)Onde histórias criam vida. Descubra agora