Six

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6

VOLTE QUANDO QUISER

— Mãe? — aceno para ela de onde estou.

Que droga. O que eu faço agora? Finjo que nada aconteceu? Não, isso seria ilógico. Ela viu tudo, não há o que fazer.

Eve sai do carro, carregando consigo sua bolsa enorme e caminhando até a entrada de casa com os seus saltos altos, praticamente trotando. Com todo o respeito, claro.

Não costumo ter medo da minha mãe. Ela é bem cabeça aberta, não tenta me controlar. Raramente brigamos, até porque eu não faço muita coisa além de estudar e comer. Ela até me incentiva a sair, conhecer pessoas novas, ficar com garotos... Mas a regra número um é "não minta para mim". E implícita nessa regra está outra regra: "não esconda nada de mim".

Não sou de mentir, mas ultimamente...

— Rose. Como vai? — ela me responde seriamente. Sei que está irritada. Ela só me trata com tanta formalidade quando está irritada.

— Hum... Bem. — eu digo enquanto ela entra em casa.

Observo-a tirar os sapatos e deixar as chaves do carro em cima da mesa. Não vou ser a primeira a falar.

— Vai me dizer quem era aquele garoto ou eu vou ter que usar minha posição de advogada para descobrir? — ela cruza os braços e me fuzila.

— É só um... — o que ele é mesmo? —... Amigo. — com certeza não.

— Ah, um amigo. — ela ironiza. — E desde quando você tem amigos homens? Por que ele veio aqui?

— Mãe! Quando você ficou tão rigorosa? Pensei que quisesse que eu tivesse amigos...

Ela suspira.

— Não é isso, filha. É claro que eu quero que você tenha amigos. Não só amigos, mas namorados. Quer dizer, namorado. Um só, pelo amor de Deus. — ela diz e eu reviro os olhos. — Mas eu quero conhecê-los, entendeu? Assim como eu conheço Gillian. E se você trouxe esse garoto aqui para casa, então a coisa deve estar séria.

— Não! Não é nada disso, mãe.

— O que vocês estavam fazendo? Boa coisa não era...

— Ai, meu Deus.

— Você vai me contar quando perder a virgindade, não vai? Você prometeu.

— Eu vou subir. — ameaço. Não quero ter essa conversa.

— Audrey me contou, lembra?

Audrey. Meu humor só piora.

— Não se preocupe, eu ainda sou cem por cento virgem. Será que podemos mudar de assunto?

— Como é o nome dele? — ela indaga.

— Josh. — respondo automaticamente. Não sei por que menti sobre o nome dele. É só que... Harry Sanders tem sido um segredo na minha vida, e para mim está bom assim. Não sei se quero "oficializá-lo". Apresentá-lo a minha mãe seria sério demais. Gosto de pensar que ele está apenas de passagem. Em breve não nos veremos mais, exceto nos corredores da escola, quando eu também estiver cercada de pessoas.

— É a primeira vez que ele vem aqui? — ela ergue uma sobrancelha.

— Sim. — respondo rápido novamente. Ela estreita os olhos, e sei que ela não acredita na minha palavra.

— Hum... Certo. Da próxima vez, não precisa escondê-lo de mim. Seja lá o que vocês fazem juntos sozinhos, eu prometo não atrapalhar...

— Tchau, mãe. — subo os degraus da escada e me refugio no meu quarto. Minha mãe nem nota que os quadros de Audrey estão fora do lugar. Ah, dane-se, depois eu arrumo.

12th Grade and UsOnde histórias criam vida. Descubra agora