30
SÓ FAZEMOS ISSO PORQUE NOS AMAMOS
Estou estacionando meu Ford na minha vaga de sempre no estacionamento da escola em mais uma segunda-feira pós recesso, mas dessa vez não sinto a preguiça e o desânimo habituais. O motivo é simples: essa é a última segunda-feira pós recesso. Esse foi o último spring break como uma aluna do 12th grade. E, dentro de dois meses, tudo o que estou vendo e vivendo agora terá ficado no passado.
Com um aperto doloroso no coração, caminho a passos lentos pela entrada do colégio enquanto observo a movimentação de alunos. Não sei quanto desses rostos voltarei a ver algum dia. A sensação é estranha.
Antes que eu cruze as largas portas do prédio principal, um cara alto se coloca no meu caminho segurando um buquê de margaridas amarelas. A visão é quase engraçada, porque o cara em questão é ninguém mais ninguém menos que Harry Sanders, meu namorado nem um pouco romântico. Ele está vestido em tons de preto e cinza e está com um boné virado para trás — e provavelmente será barrado por algum inspetor e terá que tirar —, então as flores vibrantes e amarelas parecem erradas em suas mãos enormes.
— Uau. Bom dia. — eu digo, sem conseguir esconder minha surpresa. — São para mim? — aponto para as flores.
Ele baixa o olhar, parecendo envergonhado, então estende o buquê para mim.
— Me dei conta de que nunca te dei flores. Que tipo de namorado eu sou? — ele diz e eu estreito os olhos, duvidando que não haja nenhum outro motivo oculto por trás desse gesto. Ele devolve meu olhar por alguns instantes e então acrescenta, revirando os olhos: — E também quero fazer as pazes. E quero te convidar para ir ao baile de formatura.
— Ainda faltam dois meses para o baile. E a galera geralmente vai com amigos, não em casais. — rio.
— Mesmo assim, não vou correr o risco de alguém te convidar antes. Vai que você me troca por algum idiota qualquer só porque ele vai para UC San Diego assim como você. — ele zomba, mas percebo que por trás da brincadeira ele está meio magoado.
Não conversamos desde a pool party na casa da Erika, dois dias atrás. Tivemos aquela conversa desconfortável e o clima ficou estranho desde então. Acho que nós dois precisávamos de um tempo para processar tudo o que falamos. Nem sei se consegui processar tudo ainda.
— Não existe ninguém nesse colégio com quem eu gostaria de ir ao baile além de você, Harry. — dou um passo a frente e toco seu peito.
Ele acena com a cabeça, aceitando minhas palavras. Ou talvez se consolando com elas.
— Escuta, Ambrosine, eu não quero desperdiçar os últimos meses do high school longe de você. Honestamente, foda-se o que vai acontecer no meio do ano. Eu refleti sobre o que conversamos e entendi o seu ponto de vista. — ele solta um suspiro e me puxa para um abraço.
— Então você não vai mais escolher a UCLA só para ficar perto de mim? — pergunto.
Ele protela por alguns instantes, mas responde contra o meu cabelo:
— Vou escolher o que eu julgar ser melhor para a minha carreira. — ele diz, e por algum motivo isso basta. Quero que ele escolha por ele, não por mim. — E, se isso significar ficar longe de você, não importa, daremos um jeito, né? — ele recua para averiguar minha expressão.
Balanço a cabeça em concordância.
— Vai dar tudo certo. Eu sei que vai. — sorrio para ele com confiança, embora eu não tenha tanta certeza assim.
VOCÊ ESTÁ LENDO
12th Grade and Us
RomanceNo último ano do ensino médio, Ambrosine "Rose" Coleman, uma garota introvertida e insegura, concorda em ajudar Harry Sanders, o popular e arrogante jogador de vôlei, a melhorar suas notas em troca de ajuda para ganhar popularidade. Desde o início...