Sixteen

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16

EU E VOCÊ, DEPOIS VOCÊ E ELA

Nem sequer tenho tempo de entender o que está acontecendo, porque meu pai surge no corredor e me avista.

— Ambrosine! Minha filha. — ele vem até mim e me toma num abraço de urso. Os cabelos parecem ligeiramente mais grisalhos do que da última vez em que o vi, mas ele continua bem fisicamente. Seus olhos verdes brilham de satisfação. — Como você está linda! O que tem feito?

— Oi, pai. — digo de um jeito meio tímido. Estou feliz de ver o meu pai, apesar de ele ser bem ausente. Nós só nos vemos duas ou três vezes no ano, quando ele vem aqui para os feriados de família. Só fui à casa dele duas vezes desde que se casou com Daisy, há cinco anos. Não que eu sinta vontade de ir à Flórida, mas seria bom se ele ao menos ligasse de vez em quando. — Obrigada. Está tudo na mesma...

Não estou com cabeça para contar a ele todas as incríveis novidades, até porque uma delas está ao meu lado nesse exato momento encarando minha irmã mais velha como se ela fosse uma surpresa muito ruim — ou muito boa.

Meu pai parece finalmente notar a presença do Harry.

— Olá, rapaz. Não conheço você. É o namorado da Ambrosine? — meu pai pergunta sem rodeios, bem típico dele. Ele analisa Harry de cima a baixo, como se estivesse tentando medir a sua masculinidade.

O desconforto sobe a níveis astronômicos diante da pergunta indiscreta. Audrey, que ainda está plantada na nossa frente com os olhos fixos em Harry, desvia o olhar para mim e ergue uma sobrancelha. Uma pergunta silenciosa: "É sério isso, Ambrosine? Você está namorando o Harry?".

Não retribuo o olhar. Não sei por que me sinto tão acuada, tão pequena. Não é o fim do mundo o fato de Audrey conhecer Harry. Ela também estudou na San Diego High School, então é provável que ela o tenha visto por lá quando ele era de uma série inferior. Mas é estranho o fato de eu nunca ter prestado atenção nele antes, apesar de sermos do mesmo ano, e Audrey, que é mais velha alguns anos, reconhecê-lo imediatamente.

Harry pigarreia, de repente muito rígido.

— Bem, eu... Na verdade... — ele não parece saber o que dizer, e a princípio não sei por que isso me incomoda. Não estou esperando que ele diga que estamos namorando, porque não estamos, mas ele poderia pelo menos dizer "estamos nos conhecendo melhor, sua filha é uma garota incrível", como qualquer outro cara diria, como Zack diria.

Então decido intervir.

— Não, não estamos namorando. Ele é só um amigo, pai. — forço um sorriso para Martin, meu pai, e abro caminho entre ele e Audrey para entrar em casa.

— Fique à vontade, garoto. Como você se chama? — Martin pergunta enquanto eu procuro por minha mãe.

— Josh San... — ouço Harry dizer.

— Não precisa mentir, Harry. Minha mãe já sabe. — digo casualmente.

— Harry Sanders. — ele se corrige, parecendo envergonhado, e cumprimenta meu pai. — E o senhor?

— Martin Coleman, é um prazer conhecê-lo. Gosta de basquete? — e eles começam a conversar. Deixo os dois sozinhos e vou até a cozinha para falar com Eve.

Audrey me segue.

— Ambrosine, o que significa isso? — ela me para bem na porta da cozinha. Assim de perto vejo que ela realmente não mudou nada. Os olhos azuis ainda são luminosos, coisa que sempre me causou inveja. Como se eu precisasse de mais um motivo para ter inveja dela... Ela olha rapidamente para a minha roupa. — Sua roupa está suja.

12th Grade and UsOnde histórias criam vida. Descubra agora