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P.O.V  Richard

O treino de hoje estava especialmente desafiador, cada corrida e cada chute testavam os limites do meu corpo. No meio de um sprint, uma pontada aguda atravessou minha coxa, como um lembrete brutal de minhas limitações. Respirei fundo, sentindo a frustração crescer dentro de mim enquanto me afastava lentamente do campo, amparado pelos meus colegas.

Chegando à sala de fisioterapia, Ana já estava lá, preparando seus instrumentos com a mesma eficiência de sempre. Ela olhou para cima quando entrei, e seus olhos expressaram uma mistura de preocupação e repreensão silenciosa.

-Você não aprende, né?. -disse Ana, com um meio sorriso. -Vamos ver isso.

Ajudou-me a deitar na maca e começou a avaliar a extensão do dano. Suas mãos eram firmes, mas gentis, enquanto ela palpava a área afetada, fazendo-me cerrar os dentes com a dor súbita.

-Vou precisar fazer uma massagem profunda para aliviar a dor. - explicou ela, enquanto preparava o gel de arnica. A frieza do gel contrastava com o calor de suas mãos, uma sensação que sempre me trouxe um misto de alívio e algo mais difícil de definir.

Enquanto Ana trabalhava na minha coxa, o silêncio entre nós era carregado com uma tensão que ia além da minha lesão. Cada movimento seu era profissional, mas havia um cuidado em seu toque que me fazia lembrar de tempos mais íntimos.

-Como está se sentindo agora?. -perguntou ela, sua voz baixa e suave de uma maneira que fez meu coração bater um pouco mais rápido.

-Melhor, graças a você. -respondi, tentando manter minha voz estável. Havia um calor crescente dentro de mim que não tinha nada a ver com a lesão. Eu queria dizer mais, expressar o que sentia, mas a linha entre nós, agora mais profissional do que nunca, parecia intransponível.

Ana continuou trabalhando em silêncio, e eu me concentrei em manter minha respiração controlada. Sentia cada pressão, cada deslizar de suas mãos como se fosse uma mensagem codificada que eu era incapaz de decifrar completamente.

Quando ela finalizou, a sensação de perda foi imediata. -Isso deve ajudar. Tente não forçar muito nos próximos dias. -ela disse, arrumando seus instrumentos.

-Obrigado, Ana. - eu disse, levantando-me cuidadosamente. Ela apenas acenou com a cabeça, mas seus olhos encontraram os meus por um momento, e algo não dito pareceu brilhar entre nós.

Enquanto saía da sala, a mistura de alívio físico e confusão emocional me acompanhava, deixando-me com mais perguntas do que respostas. A tensão entre nós era palpável, uma linha tênue que nenhum de nós parecia disposto a cruzar novamente, pelo menos por enquanto.

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Eai, estão gostando???
tô sentindo que tá muito parada, acho que vou dar um pouquinho mais de emoção.

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Tudo Culpa do Destino - Richard RíosOnde histórias criam vida. Descubra agora