"Consegue parar de chorar e andar mais rápido! Sou eu com um machucado aqui, não você."
Ele tinha um ponto, um ponto bem realista. Mas, não custava ser um pouco mais humanitário, sabe?! Já nos conhecíamos faz algumas horas.
Limpo as lágrimas que escorriam e ando mais rápido para acompanhá-lo. Ele não parece muito feliz com isso, mas é um homem de poucas palavras.
Não demora muito até chegarmos a um posto de gasolina. Felizmente, pois dia já havia acabado e não havia muito o que fazer na escuridão. O acompanho até uma sala, que provavelmente deveria ser o espaço dos antigos funcionários. Ele sinaliza para que eu não entre em seu caminho, puxa um facão da canela e parece caminhar silenciosamente antes de abrir a porta. Sua mão esquerda gira a maçaneta e a porta se abre. Não havia sinais de zumbis ou pessoas, e para melhorar havia luz no ambiente."O gerador ainda está funcionando?! Depois de todo esse tempo..."
Como esperado, ele não me respondeu.
"Eu vou checar o lugar, arrume um jeito de barricar a porta!"
"Você vai me deixar preso com você?!"
"Se a sua melhor escolha é um zumbi entrar e te comer, deixe aberto!"
Ele dá de ombros e sai andando. Minha intenção é realmente ser infectado por um zumbi, mas mesmo odiando esse caro colega, acho que não é a melhor escolha levar ele à morte dessa forma, se as coisas derem errado, há 90% de chance de que eu acabe morto por ele.
Empurro uma mesa e a viro na vertical em direção a porta. A prenso com um gabinete velho e taco algumas tranqueiras por cima para dificultar a entrada. Sigo em direção a porta que o mesmo entrou.
O lugar era igualmente iluminado, era algo como um vestiário de funcionários, havia armários, chuveiros e um banheiro.
O observo sair por uma porta e sua mão está segurando uma lanterna e um uniforme que parecia pertencer aos funcionários do posto."Esse é o único lugar que tem energia elétrica ainda, provavelmente o gerador não deve aguentar tanto tempo assim!" - Sua mão abre a porta de um dos chuveiros e ele liga o registro. Um vapor quente se espalha pela sala sinalizando que havia água quente."
"Fica de vigia! Vou tomar um banho."
Sua demanda é seguida da porta sendo fechada, o que me impede de reagir ou contrariar.
Minha atenção se foca aos armários dos possíveis funcionários, todos eram de ferro e pareciam enferrujados. Tento abrir um, mas estava tão preso que nem saiu do lugar, passa para o próximo que parecia estar um pouco mais frouxo, puxo com força e;"AHHHHHHHH!!!"
"Que merda foi essa?!" - Ele sai do chuveiro nú surpreso com meu grito.
"Tinha um rato alí!" - "Fugiu para lá! Digo apontando para a porta!"
Depois que o susto passa, meus olhos focam no homem a minha frente. Sua figura era esbelta e coberta de músculos, sua pele era levemente bronzeada e as gotas de água caindo combinavam muito bem com sua imagem. Seu rosto era belíssimo, ele tinha olhos marcantes e extremamente puxados, sua boca era carnuda e seu nariz fino. O cabelo preto e liso, caia com uma sedosidade como se ele tivesse com cronograma capilar em dia. Meus olhos vão descendo aos poucos... Aos poucos.
Até que sinto um pedaço de pano sendo jogado sobre meu rosto.
Quando olho para cima ele já tinha vestido a calça, para minha infelicidade."Você é coreano?!" - Pergunto incrédulo, pois nem percebi sotaque algum.
"Não!" - Ele responde seco.
"Você definitivamente parece um coreano! Qual o seu nome? Me chamo Jeong Yunho, antes de tudo isso acontecer eu era um estudante internacional da Coréia do Sul."
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ZONA 313 - YUNGI
Ficción GeneralNão era nada parecido como nos filmes ou séries. Era mais terrível, cruel e sútil. Tudo foi desabando e antes que percebessemos todos já estavam à deriva da sobrevivência, ou melhor, aguardando pela extinção. A infecção se espalhou muito rápido. Os...