Capítulo 8 - Nuts

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Observo Mingi me encarar. Ele não parecia muito feliz, seus olhos pairam sobre os meus e é como se ele pudesse enxergar por dentro de mim. Ele se afasta, ocupa a outra cama, cruza os braços e as pernas e aguarda como um sinal para que eu falasse.
Ele era lindo! Não houve um momento em que eu não pensasse sobre ele durante esse mês. Seus olhos, seu corpo, sua personalidade. Tudo sobre ele me deixava confuso, Mingi era meu mistério! Em todos os sentidos, ele me deixava frustrado sexualmente como um adolescente e me fazia querer chorar por ele como uma donzela.
Eu choraria por ele! Choraria em cima dele, choraria por baixo dele! E gostaria de fazê-lo chorar e só esse pensamento já aquecia meu corpo.

— Quando chegamos aqui... Seu interesse acompanha minhas palavras. — Yeosang e Yohan estavam sendo mantidos como reféns! Eles não costumam aceitar pessoas de fora! É muito perigoso, ou iriam acabar mortos ou jogados como ração de zumbi! Então não os culpe Mingi, eles não tiveram escolha!

— Esse não é o ponto, Yunho! Ele diz.

Respiro fundo, não sabia como começar a contar o que tinha acontecido durante todo esse tempo e nem sabia se poderia dividir esse fardo com ele.

Um mês atrás.

— Vai ficar tudo bem Yunho! Maxim me encarava após me fazer acompanhá-lo até o fundo de sua casa.

Estávamos sós, não haviam guardas, nem mesmo o rapaz que Mingi tanto encarava, apenas nós dois! Tinha medo do que ele pudesse fazer comigo e o que diabos ele precisava de mim.
A casa de Maxim era grande! E os fundos maior ainda, o local parecia escondido. Fechado por uma tranca com senha, ao entrar fui percebendo se tratar de um laboratório, haviam todo tipo de tubos de ensaio, medicamentos ensacados e amostras in vitro.
A ideia do porque todas aquelas coisas estavam lá, não chegavam a minha mente. Iria ele querer encontrar a cura ou algo assim? Mas porquê? Quem se tratava desse homem e o que diabos ele pretendia mantendo todas essas pessoas aqui?
No lugar haviam mais duas portas que levavam a outros lugares, a primeira a um outro laboratório, mas mais singelo, como um local de pesquisa. Ele dava direto a saída de fora e era fechado por uma porta grande que era protegida a todo momento por pelo menos, duas pessoas.
Na outra porta, a mesma estava trancada por uma corrente e um cadeado. Maxim tirou uma chave, abriu a porta e me chamou para seguí-lo. Quando entrei no quarto era como um verdadeiro quarto de hospital, com máquinas, soro e uma maca hospitalar, inclusive havia um paciente.
Uma pequena menina, não devia ter mais que 6 anos, corpo magro, sua pele era extremamente pálida até mais que o normal, cabelos loiros e eu podia jurar ver uma certa semelhança entre ela e o homem a minha frente.
Ele se aproxima da maca, e seu olhar paira sobre mim.

— Venha até aqui Yunho!

Eu me aproximo da garota, seus olhos estavam fechados, mas seu rosto estava coberto por uma focinheira. Ao redor do seu rosto, veias azuis eram vistas por todo o lado. Ela abre os olhos, estava vermelho, o globo ocular estava azulado e com veias vermelhas. A menina está infectada!

— Por que está mantendo esse zumbi aqui, Maxim?! Exclamo incrédulo.

— Maria não é um zumbi! Seus dedos passam em volta dos cabelos da menina. — Ela está viva, doutor!

Isso não era possível! Um pouco antes do surto começar, atendi alguns pacientes com indício do início da contaminação! Durava cerca de 3 dias. Febre intensa, calafrios, suor, sangramento, olhos avermelhados e por fim a morte.
Levava 3 dias para o óbito de um infectado, e mais 1 dia para que o mesmo "retornasse a vida" e desenvolvesse estímulos canibais como um parasita.

— Ela não vai te machucar! Eu asseguro, por favor a examine Yunho!

Eu não sabia se tinha muita opção naquela situação. Manter uma paciente infectada não era muito favorável para mim. Mas algo nessa menina, Maria a tornava diferente dos demais.
Toquei em seu pescoço, milagrosamente havia pulso, seu peito se movia em sinal de respiração e ao fazer um pequeno corte em seu pulso pude perceber que ela sentia dor e sensibilidade, seu sangue não estava seco.

ZONA 313 - YUNGIOnde histórias criam vida. Descubra agora