ZONA 313 - YUNGI

Capítulo 9 - Nostalgia

Mingi POV

Observo ele pegando cuidadosamente os medicamentos da caixa. Seus longos dedos, mas delicados, vão em direção ao meu rosto. A palma de sua mão segura meu maxilar e seu toque é tão gentil que eu poderia passar horas o encarando. Eu nunca havia sido tratado dessa forma. Ninguém nunca havia se preocupado se eu havia perdido peso, se eu estava triste, com raiva ou se meu coração estivesse doendo. Mas essa rapaz... Estranhamente se importava. Ele me olhava como se eu fosse uma jóia delicada a ser cuidada, desejada e amada. Eu era agradecido por isso. Me causava calafrios, às vezes, admito! Mas quanto mais eu pensava sobre isso, mais as coisas que eu tanto complicava se tornavam simples.

Depois que ele termina os curativos no meu rosto, ele pede para que eu tire a camisa. Anteriormente, isso seria algo simples. Afinal, éramos dois homens! Mas depois dos acontecimentos recentes, ficar sem camisa ao seu lado me despertava pensamentos indesejados.
O que poderia acontecer se aquele fino pano saísse do meu corpo? Ele olharia para mim? Eu o encararia de volta e retornariamos de onde paramos?! Se sim, como diabos faríamos isso? Ele esperaria que eu enfiasse nele? Ou no pior dos casos ele gostaria de enfiar em mim?

— No que está pensando tanto que ainda não tirou a camisa. Ele pergunta desconfiado.

Sua pergunta repentina me faz ficar vermelho como um pimentão e consequentemente despertar ainda mais sua curiosidade.

— Oh! Agora fiquei curioso! O que o grande Mingi está pensando agora, hein. Suas mãos passam por baixo do meu suvaco e ele começa a fazer cócegas em mim.

—HAHAHA! Não aguento os estímulos e caio sobre a cama ainda rindo.

Ele não para com as cócegas e vai descendo até minha barriga e quadris. Não paro de rir e ele continua em cima de mim.

— Yun..hahha Yuuu!!! Euuu.. vou bater.... Emmmm vocêeee!!

Ele para de fazer cosquinhas e prende minhas mãos com as suas, as levando acima da minha cabeça. O encaro incrédulo mas ele continua. Ele solta uma das mãos e abre minha camisa, sua expressão se torna séria encarando agora os hematomas em meu corpo.
Ele deita sua cabeça em meu peito ouvindo agora meus batimentos cardíacos que estavam um pouco acelerados por sua causa.

— Olhar para você me faz querer chorar! Ele diz.

— Eu sou tão miserável assim aos seus olhos?

— Não! Eu sou o miserável. Seus olhos me encaram. — Te trouxe a essa confusão e não consigo fazer nada para te proteger.

— Eu não preciso que você me proteja, Yunho! Eu sei me virar sozinho, só colabore comigo quando for a hora certa de sairmos juntos deste lugar!

— Juntos? Ele dá ênfase nessa pequena palavra.

— Se quiser ficar morando com o russo e a zumbi, problema é seu! Eu vou embora com ou sem você.

— Ei, espera! Você estava sendo todo fofo! Não mude de ideia tão rápido assim!

— Não teste minha paciência.

— Você vai me contar o que aconteceu?

— Hoje não! Eu estou cansado demais para isso! Volte de onde veio e me deixe dormir. O empurro para sair de cima de mim. Mas ele me prende agora sentando em meu colo.

— Você já está me mandando embora?! Não vai sentir minha falta?

— Eu te beijo uma vez e você já começa a agir como uma namorada possessiva?

— Namorado!

— Quê?

— Eu sou um homem! Então namorado Mingi. Não me torne uma mulher só porque sou gay.