ZONA 313 - YUNGI

Capítulo 5 - Dune

Olá! My Darlings leitores, estou de volta com mais um capítulo para completar sua semana e confundir sua cabeça ಥ⁠‿⁠ಥ.

Bjos, de Vialenc.

    Era difícil assimilar as coisas que vinham acontecendo. Era muita informação ao mesmo tempo e foi questão de tempo até que eu começasse a surtar! E bem, ocorreu. Deixei que minhas piores emoções tomassem conta de mim.
    Durante aqueles breves segundos muitas coisas passaram pela minha cabeça. O que eu era e o que me fez desejar estar morto. Em outro momento, pensei sobre  meus pais, minha irmã mais nova e em como minha vida era a dez anos atrás, lembrei dos colegas de residência e sobre meus sonhos, mas mesmo ao pensar sobre todas essas coisas. Nada fizerá meu corpo querer se mover! Mas estranhamente, quando olhei para o rosto daquele rapaz e o sangue em seus olhos, algo em minha vida havia se alterado. Talvez minha sorte, talvez meu desprendimento ou quem sabe... Querer viver para observá-lo um pouco mais.
   
[...]

Quando chegamos perto do carro velho que Jongho dirigia, Mingi tomou o banco do passageiro ao seu lado, eu imaginei que eles se matariam ali então decidi tomar a espingarda que acabou suja por minhas mãos ensanguentadas.

— Esse sangue é seu? — Jongho foca seu olhar a mim.

— Não, o sangue pertence ao fudido do zumbi que ficou no meio caminho! — Mingi diz.

Mesmo que tenha sido de fato o que ocorreu, algo me dizia que sua indignação não era sobre mim e sobre zumbis.

— Onde está Yeosang e Yohan, Jungho? Por que eles não estão no carro?! — Suas mãos apertam o volante, Mingi o encara e ele demora para responder. — Eles estão seguros! Estamos indo para o encontro deles.

— Pela sua expressão, alguma coisa aconteceu, não? Roubou meu carro e se fudeu! O universo voltou para te caçar!

Pela expressão do homem ao volante, a ofensa de Mingi não foi bem recebida. Mas seus olhos estavam tão focados na estrada, que ele decidiu ignorar.
De alguma forma, Mingi não se opôs ao destino da viagem, acho que naquele ponto ele já não tinha nada a perder. Pensei em tentar perguntar como o mesmo estava, se sua perna havia piorado com a queda quando pulamos da janela. Ou se seu psicológico estava bem, já que era óbvio seu temor pelos infectados. Mas não fiz, não era o certo a se fazer naquele momento. Eu precisava deixá-lo respirar, para que ele mesmo pudesse organizar sua idéias.
Não tínhamos celulares ou relógios para contar o tempo, mas era notável que algumas horas haviam se passado desde que havíamos entrado na estrada. Meus pensamentos começaram a questionar. Até onde eles teriam ido? E porque ele teria voltado para nos buscar, percorrendo um caminho tão longo até aqui. Seria simpatia? Culpa? Ou Influência de minha conversa com Yeosang na noite anterior?! Eu não conseguia me convencer de nenhuma dessas opções e parecia tarde demais para voltar, já que a gasolina estava se acabando.
Aos poucos, o que era uma estrada longa e arenosa foi dando forma para algumas construções e fábricas. Era obviamente uma cidade predominantemente industrial, mas não parecia ser nosso destino final.

— Iremos apé daqui! — Jongho estaciona o carro em uma esquina e abre sua porta se retirando do automóvel.

Mingi faz o mesmo, abre sua porta e sai! Fico incrédulo com sua atitude já que em outra situação ele nunca faria isso! Mas por algum motivo, ele estava seguindo bem as demandas do rapaz por mais suspeitas que parecessem.

— Mingi?! — Puxo o seu pulso em uma tentativa de fazê-lo me ouvir.

Não demorou muito até que eu estivesse no chão e com a boca sangrando. Não achei que ele me ouviria, mas me receber com um soco certeiro na boca me fez pensar que o rapaz era sem sombra de dúvidas uma caixinha de surpresas.
Jongho não pareceu se importar com nossas pequenas discussões, só passou a seguir em frente, fazendo com que meu recente agressor fizesse o mesmo, me deixando para trás.
Não achei que era a situação ideal ficar estirado no chão, então resolvi superar a dor, limpar a boca com a mão  e continuar a caminhar.