Capítulo 75- Incêndio

43 3 0
                                    

                       Capítulo 75- Incêndio

                                    Lauren

Acordei assustada com o Michael discutindo com alguém ao telefone, fiquei observando a conversa, com certeza era Philips ou Thome Thome. Michael era um poço de calmaria e serenidade, para estar exaltado daquela forma sem dúvidas era algo muito sério. Ao desligar e virar-se para mim com suas expressão dura, suavizou-se com o meio sorriso.
- Me desculpe se acordei querida.-Ele veio para mim e me deu um beijo na testa.
- Sem problemas.-sorri.-Você está bem?
- Hã... um pouco estressado com esses caras que acham que são os meus donos.-Resmungou.
- São uns pé no saco, uns bundões.-Me estiquei na cama.-Esquecem que o chefe é você.
- Isso.-Eu amava vê-lo amarrar os cabelos.-Eles não perdem por esperar.-Bufou olhando-se no espelho.
- Vai sair?-Observei que ele estava de terno e muito perfumado.
- Preciso ir querida. Estamos organizando todo o material para viagem.-Explicou.-Em 10 dias estaremos em Londres.
Um calafrio tomou conta do meu corpo e eu tive vontade de chorar, eu não sabia o que era aquilo.
- Está tudo bem?-Michael segurou meu queixo e me encarou.-Me parece preocupada.
- Estou.-Menti.-Vai ao ginásio?
- Sim. Você pode aproveitar o café da manhã, já está na mesa. Pode curtir a piscina com os nossos amigos.-Acariciou o meu rosto com as costas dos dedos.-Ok? Faz bem pra você um tempo com essa turma. Infelizmente não posso ficar, mas à noite vamos ficar de conchinha.-Michael me deu um selinho e levantou-se.-Eu te amo.
- Eu te amo mais.-Falei admirando ele enquanto ele se olhava no espelho outra vez.-Você está lindo garotão!-Meus olhos com certeza brilhavam.
- Obrigado baby.-Ele colocou os óculos escuro e caminhou até a porta, virou-se e me mandou um beijo, eu mandei outro e ele se foi.
Com certeza surtariam ao ver que Michael Jackson estava ali naquele hotel, já que entrou como Patrick.

Noite de quarta-feira, eu cheguei do trabalho e fui brincar com as crianças, Michael como sempre não estava, me mandou mensagem dizendo que jantaria comigo e então eu resolvi esperar-lo. Eu e as crianças ficamos jogando por um tempo ate Grace levá-los para dormir. Estava sem sono mesmo sendo quase 2h00 da manhã, fiquei na TV quando peguei no controle vi o quão feias estavam as minhas unhas com o esmalte pela metade, peguei a caixinha de esmaltes de Paris e caminhei pra sala. Enquanto retirava os esmaltes velhos ouvi passos atrás de mim, seu cheiro doce e a boa energia que ele trazia.
- Ainda acordada meu amor.-Ele pareceu surpreso ao me vê. Seu semblante era de cansaço.
- Você me pediu para esperá-lo pro jantar, lembra ?-Falei observando ele senta-se ao meu lado pra vê o que eu estava fazendo.
- Infelizmente o ensaio foi duro hoje.-Ele retirava o grosso casaco preto.-Mas graças a Jeová foi o último.
Michael vinha vestindo roupas maiores do que seu número, talvez na tentativa frustrada de esconder a sua magreza.
- Está fazendo as unhas.-Observou.
- Pra vê se o tempo passava, queria esperá-lo. Revolvi arrumar, elas estavam horríveis.-Sorri sem humor e ouvir o sinal do elevador.-Está com alguém aqui ?-Franzi as sobrancelhas e vi ele ficar sem graça.
- Dr. Murray veio comigo hoje. Se eu ficar com insônia ou dores.-Disse sem jeito.
- Hum.-Torci o bico e peguei um esmalte preto.-Detesto esse cara.
- Posso ajuda-lá.-Michael pegou o esmalte e puxou minha mão para sua coxa.-Eu deixo as de Paris perfeitas.
Realmente ele era muito jeitoso, pintava bem certinho.
- Você é incrível.-Falei sorrindo vendo ele fugir de um assunto rapidinho.
- Não sou?!-Sorriu com deboche.
Assim que ele terminou de pintar a última unha, vi ele bocejar e seus olhos pesarem.
- Você precisa descansar.
- Você também.-Me alertou enquanto fechava o esmalte.-Vou tomar uma ducha gelada e lhe esperar na cama.-Levantou-se me deu um beijo na testa e saiu.
Eu fui pra cozinha, tomei um copo de leite quando o meu telefone tocou, me assustei. Era John. Atendi rapidamente.
- Oi John, aconteceu algo?-Perguntei preocupada já que ele nunca me ligava aquele horário durante a semana. Apenas nos fins de semana que enchia a cara e ligava pra dizer que me amava.
- Alguém me ligou, dizendo que a Aphrodite... sei lá, estava pegando fogo, não sei ao certo.-A voz de sono de John parecia confusa e assustada.
- Que estranho!-Arriei o copo no balcão e pensei em ligar pra José, meu segurança que morava lá perto.-Eu vou ligar pro José,qualquer coisa eu lhe retorno, você está mais perto de lá do que eu.
- Ok.-Desligamos.
Liguei duas vezes para José, na terceira ele atendeu, contei pra ele a situação e ele ficou de ir lá conferir.
Subi pro quarto e Michael não estava, revirei os olhos, com certeza estava com Murray no quarto de hóspedes. Preferi não incomoda-lo, eu já não aguentava mais tantas brigas com meu marido pelo mesmo motivo. No quarto, eu caminhava de um lado para o outro, esperando a ligação de José. Cerca de 15 minutos depois ele ligou com a voz desesperada confirmando o incêndio na minha loja. Minha tão amada e sonhada loja estava em chamas, meu grande projeto agora eram cinzas.
Calcei meus tênis e desci as escadas correndo, quando passei pela sala esbarrei em Kaí que carregava um bandeja com uma jarra com água.
- Aconteceu alguma coisa menina?-Ela estava com os olhos arregalados.
- Minha loja pegou fogo.-As lágrimas rolavam em meu rosto.-Estou indo lá.
- Mas...-Kaí ia falar algo e eu não permiti, sair educadamente.
Peguei o casaco de Michael que ele havia deixado no sofá minutos atrás e vesti antes de sair, peguei a chave da moto e sai as pressas.
Se Bill e Javon estivessem aqui jamais me deixariam sair daquele jeito, mas eles não estão porque a equipe nova do meu marido decidiram por conta própria afastá-los.
Antes de ligar a moto, liguei pra John e contei, enquanto falava com ele vi a luz do quarto de hóspedes onde Michael costumava dormir quando queria ser dopado por aquele maldito médico, acesa. Prova que ele estava lá com Murray, que ódio que eu sentia.
Pilotei até lá, ao chegar no local os bombeiros já apagavam o fogo. Desci da moto aos prantos, John me abraçou me dando consolo.
- Isso não pode ter sido acidental John.-Eu disse convicta.
- Calma gata.-John afagou meus cabelos com carinho.-Vamos para casa, conversamos e já vamos prestar o BO.
Fui com John e Richard para nossa casa, minha cabeça dava voltas. Eu não estava aguentando.
Sentei no sofá com as duas mãos na cabeça, ela doía, uma terrível onda de agonia me invadia o peito, me perguntei se realmente era por perder a minha loja ou algo que eu ainda não reconhecia.
John me aninhou em seus braços e disse-me que deveria íamos ir na delegacia mais breve possível.
- Você falou com o Mike?
- Não.-Respirei fundo.-eu não quis incomoda-lo. Ele já anda com a cabeça cheia e as noites em claros já tem sido incontáveis.-Lamentei.
- Eu entendo. Esses shows abalou muito o casamento de vocês.-John bem viu tudo de perto.
- Pois é. Estou contando os dias para acabar com isso.-Fechei os olhos.-Ver aqueles vampiros longe dele e principalmente daquele médico traficante.
- Logo, Logo baby.-John me abraçou ainda mais em seu corpo sarado.-quanto à loja, a de Londres é bem mais linda de glamourosa que essa não é? E a de Vegas... minha nossa.-John tinha o bom hábito de vê o bom lado das coisas ruins.
- Realmente.-Admiti.-Mas eu tinha um apego especial com essa e você sabe.-Enxuguei as lágrimas.-Mas... eu vou reerguê-la, custe o que custar.-Sou persistente.
Mandei uma mensagem pro meu marido, informando o básico, tranquilizando ele e pedir que quando ele acordasse me ligasse. Fui para o meu quarto e apaguei, estava exausta.

Narradora

Quando o sol nasceu, Lauren tomou banho pra tentar relaxar, a angústia ainda persistia, um queimou frívolo em seu peito fazia ela querer chorar o tempo todo. Arrumou-se, um short jeans branco, um top rendado preto e achou a camisa vermelha do CTE de Jackson em seu Closet, colocou por cima deixando-a aberta.
Laura desceu para comer com John, porém não conseguiu. Senti assim enjoada.
- Será?-Franz testa e observou Lauren.
- Isso não vai mais rolar John, pelo menos não pelo método tradicional.-Lauren ainda não conseguia superar a sua infertilidade.-Estamos pensando em fazer uma tentativa por inseminação artificial no ano que vem, quando ele finalizar o shows.-Lauren sorriu vendo o rosto do amigo ilumina-se com a notícia.-Acho um tempo adequado. Seria difícil tentar agora, ele nesse shows e eu grávida, já pensou?-Lembrou-se dos enjoos terríveis da gestação.
- Você tem razão. Assim tio John ao acabar o café.-Vão precisar de calmaria para isso.
- Vamos a delegacia?-Richard apareceu na cozinha.
- Só vou escovar os dentes e saímos.-John levantou-se.

Os três encaminharam-se para a delegacia, prestaram o boletim de ocorrência e ficaram lá fazendo todos os trâmites necessário. Eram quase 12h00 quando saíram para almoçar em um restaurante ali perto. Lauren parecia angustiada, a vontade de chorar ainda estava ali massacrando, seus dedos batucavam na mesa sem parar, seu olhar parecia longe mesmo encarando a panqueca em sua frente.
- Come gata!-John chamou a sua atenção.
- Estou sem fome.-Afastou o prato e cruzou os braços.
- Mas você já não tomou café da manhã, também não vai almoçar?-Reclamou puxando o prato para perto dela.-reclama tanto do marido que não tem se alimentado do bem e está indo pelo mesmo caminho.
Isso, marido! Lauren olhou para o visor do celular, sem ligações e sem sem nenhuma mensagem do seu amado.
- Vamos a "Fiver" amanhã à noite? Relembrar os velhos tempos.-Richard convidou.
- Pode ser.-Lauren falou sem ânimo.-Eu vou indo. Preciso vê o meu marido.-Tentou sorrir.
- Hey, calma. Vamos levar você, Okay ?-John agarrou no pulso de sua amiga.-remarquei os pacientes para a tarde. E os do Ri também. A moto, vamos levar amanhã.
- Tudo bem. É... eu nem sei como agradecer, vocês... hã...-As lágrimas encharcaram o rosto de Lauren, ela nem conseguia falar.
- Hey gata, que melancolia.-puxou a amiga e abraçou seu tronco.-Vamos erguer a loja, ok? Não chore. Está borrando o seu delineador todo.
- Acho que estou de TPM!-Lauren lembrou-se que estava próximo aos seus dias vermelhos.-Puta merda.-John entregou um guardanapo pra ela. Lauren enxugou seus olhos e bochechas.
Seguiram rumo a Carolwood. Mesmo tocando músicas alegres no som do carro, Lauren continuava angustiada. Sentia suas mãos suadas e os calafrios eram frequentes.
Ao entrarem com o carro na mansão, avistaram uma ambulância ali. Mesmo com o carro ainda em movimento Lauren desceu em disparada.
- O que está acontecendo?-Richard olhou pra John intrigado.

Até Depois do Fim Onde histórias criam vida. Descubra agora