ADOTADA | BTS | SEOKJIN

Dezoito Anos I

- Nabi -

E naquele momento minha mente esvaziou, muita começou a ficar claro. Eu entendi que não via o Jin como um parente, eu o via como um homem! Isso era estranho pra mim, porque nunca me imaginei namorando com alguém, ou tendo qualquer outro tipo de relação; mas nesse exato momento, sentindo os toques do Jin e ele tão próximo a mim, eu confesso que o queria! O queria pra mim!

O Jin respirou fundo e afastou seu rosto do meu, eu não entendi o porquê porém fiquei o observando soltar minha cintura e voltar com as mãos sobre a bancada aos lados do meu quadril e em seguida nosso contato visual foi cortado pois ele abaixou seu rosto. Suspirei fundo e com isso ergui uma das mãos e quando ia a pousar sobre seus cabelos, o ouvi falar:

- Desculpa... passei do limite... - Logo recuei minha mão e senti meus olhos arderem, respirei fundo me concentrando para não chorar, até porque não havia motivo para isso.

- Tá tudo bem... eu... eu entendo...

Naquele momento não posso negar que uma onda de tristeza me consumiu. Mas por um lado eu entendia o Jin, eu sabia que muita coisa poderia "ficar feia" para o lado dele se ele "avançasse o sinal", tanto por causa da minha idade, ou pelo fato dele ser um idol promovendo uma campanha de adoção na qual eu fui adotada pelo grupo dele. Mas independente das justificativas, eu me sentia triste. Será que eu deveria desistir desses sentimentos que estavam aflorando em meu peito? Eu sabia que sim, que o melhor seria desistir; mas algo dentro de mim não permitia.

Eu levei minhas mãos até o rosto do Jin e o levantei o fazendo me olhar, acabei sorrindo meio que de lado de uma forma forçada e trouxe o rosto dele para próximo ao meu onde levei meus lábios a deixar um beijo em sua face. Notei que ele se contraiu com essa ação minha e afastou levemente seu rosto do meu e ficou a me olhar.

- Vamos dormir? - Ele disse tentando quebrar o clima e mudar de assunto.

- Você não precisa dormir no sofá... podemos dividir a cama... - Falei isso sem maldade alguma e ele me lançou um olhar respirando fundo.

- Tenho que ter muito controle com você, senhorita Nabi!

Saímos dali e com isso fomos para o quarto, me deitei sobre a cama e me virei a ficar de frente para o Jin, coloquei minhas duas mãos em baixo do meu rosto e fiquei o observando fazer o mesmo.

- Nabi.

- Hum?

- Como você imagina seu primeiro beijo?

- Horrível. - O Jin riu. - Do jeito que eu sou desajeitada, não ia saber onde por a língua e iria babar o cara todo. - Ele desfez o sorriso.

- Me promete uma coisa?

- Uhum.

- Quando acontecer, me fala? Por mais puto que eu fique, me fala. - Apenas balancei a cabeça afirmando e logo em seguida o Jin me puxou me fazendo deitar sobre um dos seus braços ainda me deixando de frente para ele e me abraçou colando seus lábios em minha testa e beijando a mesma.

- Jin? - Ergui meu olhar encontrando os seus também em minha direção. - Também quero saber quando estiver com suas ficantes.

- Vai dormir, pirralha. - Ele riu e me apertou contra ele, ficamos ali quietinhos sentindo a presença um do outro e depois de um tempo, pegamos no sono.

- Jin -

Era inegável a química e a vontade que eu e a Nabi tínhamos de ficarmos juntos. E eu confesso que fiquei feliz por ver que ela demonstrou que sentia algo por mim hoje, mas mesmo assim preciso ser racional e pelo menos uma vez na minha vida, agir como o homem de trinta anos que minha identidade diz que eu sou. Por mais que eu quisesse, por mais que eu soubesse que iria surtar pior que um bêbado esquizofrênico se um dia eu a visse com outro, eu precisava lutar conta meus desejos.