Vida Nova

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- Nabi -

Uma coisa que aprendi sobre o Jin, é que ele tem o sono extremamente pesado, e logo após o sexo, vira uma pedra hibernando. Me levantei e vesti minhas roupas brevemente e nas pontas dos pés peguei minha mala escondida atrás da porta do closet e minha bolsa a passando sobre um dos meus ombros. Sai do quarto e desci degrau por degrau e ao chegar na sala, olhei em volta aquele ambiente e senti meu coração apertar e minha garganta "dar um nó" que chegava a doer.

Muitas pessoas podem não entender o porquê da minha decisão de ir embora, mas o mundo do kpop é muito mais macabro do que muitos pensam. Eu tinha medo de arruinar a carreira dos meninos, de prejudicar a Hybe, da Yuna fazer contra mim e meu filho ou até mesmo, a sociedade oculta dos idols me obrigar a abortar. Vou embora com a esperança de um dia me reencontrar com o Jin e os demais pelo menos para pedir perdão. Vou embora pensando no meu filho e tentar ser o maior suporte dele. Sai de casa e em poucos passos, peguei um taxi e fui ao aeroporto.

[...]

Depois de horas de voo, o avião aterriçou no país em que segundo as minhas pesquisas, havia um alto custo de vida, porém um dos melhores salários; a educação era extremamente boa e eu estava em um outro continente, do outro lado do mundo, sozinha, e sem plano algum do que iria fazer daqui pra frente. Sim, eu quis vir para um dos países menos prováveis de me acharem. Vim para a Islândia! E por mais que eu queira sim voltar para meu amor, não poderia ser por agora. Foi tudo pensado estrategicamente... preciso ter e educar meu filho em paz para que no futuro, ele saiba quem é seu pai.

Vaguei para hall do aeroporto e olhei em volta, estranhei horrores um idioma desconhecido, pessoas com traços europeus, peles brancas, cabelos loiros, olhos ocidentais e apenas eu... um "patinho feio fora da caixa". Eu andava de um lado a outro desesperada por dentro e tentando manter a calma por fora, sem saber o que fazer ali. Eu não podia me comunicar com ninguém, não havia trago celular e não sabia pra onde ir. Sai da Coreia tão desesperada, tão afoita para proteger meu filho e as pessoas que eu amo, e não planejei o que faria ao chegar aqui.

Andei até um canto e me encostei na parede fria do aeroporto e me sentei ali no chão frio abraçando minhas pernas e escondendo meu rosto por entre meus joelhos e chorei. Chorei de desespero, de medo, de saudades e de pavor! Chorei me pegando a pensar nas lembranças dolorosas da infância, senti falta dos meus pais, sentia falta dos meninos e me doía saber que nunca mais teria o abraço e o beijo do Jin. Passei minutos naquela posição e desabafando comigo mesma até um homem aparentemente na faixa dos quarenta anos parar em minha frente e se abaixar direcionando seu olhar pra mim.

- Þú þarft hjálp? - Eu não fazia ideia do que ele estava falando e isso me deixou mais apavorada ainda! Eu estava do outro lado do planeta, sem saber me comunicar... mas que loucura eu fiz da minha vida! Provavelmente ele percebeu meu desespero e com isso pegou seu celular do seu bolso e me entregou com uma aba aberta do tradutor. Eu configurei o mesmo de coreano para islandês e assim comecei a me comunicar com ele via tradutor.

Nabi: Fugi do meu país por problemas pessoais e estou aqui; estou apavorada porque estou sozinha, não tenho para onde ir e não sei como me comunicar aqui.

O Homem arqueou as sobrancelhas como se realmente estivesse surpreso com as minhas palavras. Ele me olhou fixo por alguns minutos e logo após respirou fundo e digitou de volta em seu celular via tradutor.

Xxx: Como é seu nome? Sei que não nos conhecemos, mas eu quero te ajudar! Pode confiar em mim.

Sim, eu sei que eu não deveria confiar em estranhos ainda mais estando sozinha e tão longe. Mas algo dentro de mim me dizia para confiar naquele homem, e na situação que eu me encontrava, eu precisava de alguém.

ADOTADA | BTS | SEOKJINOnde histórias criam vida. Descubra agora