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┃ ❛ CAPÍTULO QUATRO THOC
꘩ PAUSA ✶ 1963
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Meu sono maravilhosamente tranquilo foi interrompido por uma movimentação ao meu lado esquerdo. Ainda envolta pela sonolência, mexi-me na cama, tentando entender o que estava acontecendo. O quarto estava suavemente iluminado pela luz natural que entrava pela janela, revelando Diego já de pé, vestindo suas roupas de maneira apressada.

Eu me apoiei no cotovelo, piscando para ajustar meus olhos à claridade enquanto observava Diego em silêncio.

一 Mas que merda você pensa que tá fazendo? 一 Perguntei, a voz ainda rouca de sono, enquanto o observava abotoar a camisa.

一 Eu preciso ir atrás do papai. Tudo isso tem a ver com o JFK, e ele está bem no meio de tudo. 一 Diego respondeu, a determinação em seu tom era nítida.

Eu fechei os olhos por um instante, tentando processar o que ele estava dizendo. A cabeça ainda latejava de cansaço, e as palavras dele soavam como um turbilhão de informações jogadas em cima de mim.

一 Aí, caramba, é muita informação. 一 Resmunguei, sentando-me na cama com dificuldade. 一 Deixa pelo menos a minha alma terminar o download, tá legal? Aí, a gente conversa.

一 Eu não posso esperar, tenho que impedir que o Reginald mate o Presidente. Ele sabe que estou perto, por isso me atacou 一 Insistiu, a urgência na sua voz ficando mais evidente a cada palavra.

As palavras dele me pegaram de surpresa, e eu pisquei algumas vezes para ter certeza de que tinha ouvido direito.

一 Espera aí, foi o Reggie que te atacou!? 一 Perguntei, o choque começando a tomar conta.

一 É, foi ele. 一 Confirmou, o tom grave.

Eu realmente não sabia por que ainda ficava surpresa com as revelações sobre Reginald, mas, ao ouvir isso, algo dentro de mim se agitou. Ele não só havia mandado matar Richard, mas agora também estava atrás do Diego. O pavor que senti ao vê-lo ferido na noite anterior voltou com força total, me enchendo de raiva e desespero.

一 Você... Você não vai atrás dele. 一 Afirmei, firme, tentando ignorar a ansiedade que começava a crescer dentro de mim.

一 Maya, eu tenho que ir. Não posso deixar que ele mate uma pessoa. 一 Diego tentou argumentar, mas eu não queria ouvir.

一 Você não tem que fazer nada! 一 Interrompi, a frustração e o medo transbordando na minha voz. Eu me virei completamente em sua direção, os olhos fixos nos dele, tentando fazer com que ele entendesse o quanto aquilo era uma péssima ideia. 一 Você quase morreu ontem à noite, tem ideia de como eu fiquei? Não. Então manda esse seu instinto irritante de super-herói se foder.

一 Eu tenho que impedir que ele mate o Kennedy. 一 Ele insistiu, tentando apelar para o seu senso de dever, como sempre fazia.

一 Foda-se o Kennedy! 一 Explodi, sentindo meu coração bater forte no peito. 一 O Reggie quase te matou da primeira vez, quem garante que ele não vá tentar de novo? Você acha que vou ficar aqui, esperando você ser morto por ele? Se você for, eu vou junto.

Eu não podia, de jeito nenhum, permitir que Diego se colocasse em risco novamente. Não depois do que havia acontecido. O medo de perdê-lo era esmagador, e a simples ideia de vê-lo ferido de novo era insuportável. Eu não sabia se conseguiria suportar isso.

一 Não, você não vai. 一 Diego negou rapidamente, a firmeza em sua voz não deixando espaço para dúvida.

一 Então você também não vai. 一 Retruquei, meu olhar fixo nele, desafiando-o a contrariar o que eu havia acabado de dizer.

THE HEIRS OF CHAOS,D.HOnde histórias criam vida. Descubra agora