﹙𝟶𝟽﹚ ─── feelings

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┃ ❛ CAPÍTULO SETE THOC
꘩ SENTIMENTOS ✶ 1963
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Maya tinha um sério problema em falar sobre seus sentimentos, e sabia exatamente por que era assim, por que sentia tanto medo de expressá-los e de falar sobre eles.

𝘛𝘶𝘥𝘰 𝘪𝘴𝘴𝘰 𝘦𝘴𝘵𝘢𝘷𝘢 𝘱𝘳𝘰𝘧𝘶𝘯𝘥𝘢𝘮𝘦𝘯𝘵𝘦 𝘭𝘪𝘨𝘢𝘥𝘰 𝘢 𝘙𝘦𝘨𝘪𝘯𝘢𝘭𝘥.

Ele sempre costumava dizer que sentimentos eram uma fraqueza, uma distração que apenas enfraquecia quem os carregava. Para ele, emoções eram um sinal de vulnerabilidade que precisava ser reprimido, e qualquer demonstração de afeto ou fragilidade era algo a ser evitado a todo custo.

Desde cedo, Maya foi condicionada a ver essas emoções como inimigas que precisavam ser suprimidas para que ela pudesse se manter forte e imune. Esse ensinamento estava tão profundamente enraizado nela que, mesmo agora, era uma luta constante para superar essas crenças e admitir o que realmente sentia.

Maya estava constantemente lutando contra uma voz interna que lhe dizia para não mostrar fraqueza, para não permitir que suas emoções transparecessem. Era como se uma parte dela estivesse sempre em guerra com o que sabia ser verdadeiro e o que foi ensinada a acreditar.

E agora, ao tentar abrir seu coração, ela percebia o peso desse condicionamento, tornando cada palavra uma batalha para sair.

Ela muitas vezes fazia de tudo para evitar pensar sobre isso. Ocupava sua mente com mil outras coisas, se jogava em tarefas triviais ou até mesmo em missões absurdas, como estava fazendo com o apocalipse, apenas para não enfrentar o que realmente a assombrava.

No fundo, ela sabia a verdade: 𝘦𝘳𝘢 𝘶𝘮𝘢 𝘤𝘰𝘮𝘱𝘭𝘦𝘵𝘢 𝘤𝘰𝘷𝘢𝘳𝘥𝘦. Não quando se tratava de enfrentar inimigos ou lidar com situações de vida ou morte ─ nisso, sempre foi corajosa, talvez até demais. Mas quando se tratava de encarar seus próprios demônios, de olhar para dentro e lidar com as cicatrizes que Reginald havia deixado, ela recuava.

Era mais fácil ignorar, fingir que tudo estava resolvido, que havia superado. Mas a verdade era que aquilo ainda estava lá, latente, escondido em algum canto obscuro de sua mente, esperando o momento certo para a derrubar.

Mesmo com Luke, ela nunca havia se aberto sentimentalmente. Sempre havia uma barreira invisível entre eles, uma parede erguida por anos de condicionamento e medo da vulnerabilidade. Suas conversas nunca mergulhavam profundamente no que realmente sentiam. Em vez disso, permaneciam na superfície, evitando os assuntos mais delicados e complexos.

Ela sabia que deveria ter compartilhado mais, mas a ideia de se expor, de mostrar suas fraquezas e inseguranças, era aterrorizante. Esse medo estava tão arraigado nela que, mesmo em momentos em que a conexão parecia estar ao alcance, ela se via recuando, protegendo o que restava de sua essência para evitar a dor e a rejeição.

Quando descobriu que Luke estava a traindo com Lydia, foi como se ela se fechasse ainda mais. O choque e a dor da traição foram como um golpe direto, aprofundando a ferida que já estava aberta. A sensação de traição fez com que Maya construísse uma muralha ainda mais sólida ao seu redor, como uma tentativa desesperada de proteger-se de mais mágoas.

A confiança, que já era uma estrutura frágil, desmoronou completamente. O sentimento de ter sido enganada e traída por pessoas em quem deveria confiar apenas reforçou a ideia de que era mais seguro manter seus sentimentos guardados. A vulnerabilidade se tornou uma ameaça constante e, para proteger o que restava de si mesma, Maya preferiu manter suas emoções trancadas a sete chaves.

THE HEIRS OF CHAOS,D.HOnde histórias criam vida. Descubra agora