𝐌𝐀𝐘𝐀 𝐇𝐀𝐑𝐆𝐑𝐄𝐄𝐕𝐄𝐒, conhecida como número oito na hierarquia meticulosamente estabelecida por Reginald Hargreeves, fazia parte de um grupo de oito crianças adotadas em circunstâncias misteriosas com o objetivo de se tornarem super-heróis...
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Às doze horas do primeiro dia de outubro de 1989, 16 mulheres de diferentes lugares deram à luz. Uma coisa incomum, somente pelo fato de que nenhuma dessas mulheres estava grávida quando o dia começou.
O senhor Reginald Hargreeves, excêntrico bilionário e aventureiro, decidiu localizar e adotar o maior número possível de crianças.
Entre as inúmeras revelações que surgiam como fragmentos de um quebra-cabeça incompleto, uma verdade inesperada veio à tona: uma versão completamente diferente de Maya, também filha de Khairon.
À primeira vista, as semelhanças poderiam enganar qualquer um, mas a realidade era muito mais complexa e perturbadora do que aparentava.
As aparências, como sempre, enganavam com facilidade.
Khairon, em toda a sua enigmática calma e neutralidade, jamais havia revelado a Maya o quanto ele já havia tentado criar uma filha antes dela. Não fora um simples erro do destino, tampouco um único experimento fracassado. Ele havia feito isso várias vezes. Incontáveis tentativas. Cada uma delas marcada por falhas catastróficas e angustiantes.
A verdade, nua e crua, era que os bebês que nasceram antes de Maya simplesmente não conseguiam suportar a magnitude do poder caótico que Khairon lhes conferia. O poder era como uma chama intensa demais para suas frágeis existências, destruindo-os antes mesmo que pudessem dar o primeiro suspiro. Alguns mal chegavam a abrir os olhos, enquanto outros eram consumidos no momento em que tocavam o solo deste mundo.
Mas esse não era o único motivo para as inúmeras falhas.
Havia também a própria limitação de Khairon. Por mais que fosse a personificação do caos, até mesmo ele, com toda sua força e determinação, falhava em reunir a quantidade necessária de energia caótica. Havia momentos em que, exausto, ele não conseguia canalizar o caos em sua forma mais pura, resultando em criações incompletas, que não resistiam ao tempo.
Cada fracasso se tornava uma marca invisível no coração de Khairon, um lembrete de sua incapacidade de concretizar a vida que tanto almejava criar.
Exceto por Maya, que havia sido sua maior glória. Ela era perfeita, o ápice de sua criação.
No entanto, o que Khairon nunca imaginou era que, em meio às suas incontáveis tentativas fracassadas, ele havia descartado algo inesperado. O bebê que julgou ser um erro, um defeito indesejável, era, na verdade, uma versão diferente da filha que ele tanto almejava.
