﹙𝟷𝟺﹚ ─── back home

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┃ ❛ CAPÍTULO QUATORZE THOC
꘩ DE VOLTA PARA CASA ✶ 1963
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一 Você é como eu. 一 Jack disse, sua voz carregada de uma mistura de frustração e empatia, assim que entrou no celeiro onde todos se encontravam. Seus olhos, escuros e intensos, encontraram os de Lila. 一 É como todo mundo aqui. A gestora te roubou, Lila. Exatamente como o babaca do Reginald fez com minha irmã.

一 Não é a mesma coisa. 一 Lila respondeu, a voz trêmula, mas firme, seus olhos brilhando com uma mistura de raiva e tristeza.

一 Tem razão, porque ele pelo menos não mandou matar meus pais. 一 Jack retrucou, avançando um passo em direção a ela. 一 Ei, me escuta. Você nasceu em 1 de outubro de 1989. No mesmo dia que todos nós.

一 Se afastem! 一 Gritou, a voz reverberando nas paredes de madeira, enquanto avançava com a faca para manter os outros à distância.

一 Ei, ei, espera, espera aí! 一 Jack implorou, erguendo as mãos na frente do corpo como um gesto de pacificação, os olhos fixos em Lila com uma mistura de preocupação e determinação. 一 Lila, para! 一 Ele pediu, sua voz tentando alcançar a calma através da tempestade de emoções.

Enquanto os outros se dispersavam ao redor deles, o clima carregado no celeiro tornava a situação ainda mais volátil.

Maya entrelaçou sua mão à de Diego, sentindo a tensão e o desespero em seu toque. Observava com preocupação o esforço de Jack para fazer Lila compreender a realidade, e a expressão de desespero em seu rosto mostrava o quanto ele estava disposto a se arriscar para que ela visse o óbvio.

一 Eu confiei em você e você mentiu pra mim. Foi embora na primeira oportunidade. 一 Lila acusou, a voz embargada pela dor e desilusão, seus olhos brilhando com uma ferida emocional profunda.

一 Só porque eu queria fazer a coisa certa pelo menos uma vez na vida! 一 Jack respondeu, a voz carregada de frustração, enquanto seus olhos se fixavam em Lila com uma intensidade desesperada. 一 E mesmo que você não queira ver, ela tá te usando, Lila. A gestora.

一 Você tá errado. Ela me criou, ela me ama. 一 A morena retrucou com fervor, a certeza em sua voz contrastando com a insegurança que começava a brotar em seu olhar.

一 Tá, quer saber? 一 Luther começou, fazendo com que todos se virassem para ele. 一 O amor não devia doer tanto assim.

Lila não hesitou em demonstrar seu desdém, guiando o dedo indicador até a boca e exclamando um "Argh!" enquanto fazia um gesto exagerado de que estava prestes a vomitar.

Sua reação, carregada de ironia, fez com que alguns dos presentes bufassem e outros rissem, deixando Luther visivelmente constrangido pela própria declaração.

一 Tá, eu tentei. 一 Ele deu de ombros, a expressão mostrando que estava claramente envergonhado por sua tentativa frustrada de sabedoria emocional.

Patético, pensou Maya, observando a cena com uma pitada de desdém. Sentia que as palavras de Luther eram apenas mais uma tentativa de desviar a atenção da realidade mais dura.

一 Ele tá certo. A gente tem que matar ela. 一 Cinco falou com uma frieza pragmática que fez o ambiente ficar ainda mais tenso.

一 Aí, Cinco, para, para! 一 Jack interveio, seu olhar fixo e carregado de uma urgência que não deixava margem para contestação. 一 Deixa que eu resolvo. Aí, Lila... 一 Ele chamou a atenção da garota, sua voz agora mais suave, quase um sussurro. 一 A verdade é que eu e você sabemos que ela é perigosa. E você tem medo do que ela vai fazer com todo aquele poder. É por isso que, mesmo me odiando, você sempre esteve perto de mim. Porque... 一 Jack fez uma pausa, aproximando-se de Lila, os olhos perdidos em um vazio que parecia se estender além do celeiro. 一 Eu sei muito bem o que é amar gente perigosa. A diferença... 一 Ele hesitou, o peso da lembrança de sua mãe, irmão e irmã pairando sobre ele. 一 É que eles também me amam.

THE HEIRS OF CHAOS,D.HOnde histórias criam vida. Descubra agora