﹙𝟶𝟷﹚ ─── whereabouts

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┃ ❛ CAPÍTULO UM THOC
꘩ PARADEIRO ✶ 1963
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Quatro anos.

É o tempo que passou desde que me vi lançada a um lugar e época completamente desconhecidos, sem qualquer pista que me levasse ao paradeiro da minha família.

Quatro longos anos, onde a esperança de reencontrá-los foi se desvanecendo a cada dia que passava. Cada tentativa de buscar informações se mostrava infrutífera, e o vazio deixado pela ausência deles só aumentava.

No início, eu tentei todas as possibilidades, desde investigar qualquer pequeno detalhe que pudesse me dar uma pista. Mas, à medida que o tempo avançava, as minhas esperanças foram se tornando mais escassas.

Eu tentava descobrir algo que pudesse conectar o presente ao passado, mas tudo que encontrava era a repetição monótona dos dias, sem nenhum sinal de ninguém.

Sem notícias, sem pistas, sem um único indício que pudesse me guiar de volta para a minha família.

A angústia e a frustração de não saber onde eles estavam, ou se estavam bem, se tornaram constantes, um peso diário que carregava sem saber se algum dia iria aliviá-lo.

Retornei várias vezes ao mesmo beco, sempre com a esperança de que um sinal, por menor que fosse, pudesse aparecer. Simplesmente me sentei lá, esperançosa e ansiosa, mas nada.

Eu odiava tudo aquilo. A falta de informações, de notícias, qualquer pista que me indicasse que eles poderiam estar por perto me consumia dia após dia.

O medo de atrair atenção indesejada me impediu de colocar anúncios nos jornais. A última coisa que eu precisava era chamar a atenção para mim de uma forma que pudesse complicar ainda mais as coisas.

Jeanette e Jack se ofereceram para me ajudar a encontrar minha família, uma oferta que eu apreciava, mas não podia aceitar plenamente.

Como eu poderia abrir o jogo e contar toda a verdade, incluindo o motivo pelo qual eu havia sido transportada para 1959 e os conheci?

Após a ajuda que recebi deles, Jeanette me acolheu em sua casa, dizendo que eu poderia ficar o tempo que precisasse até encontrar alguém da minha família.

No início, foi estranho. Eu não conhecia ninguém ali, e, na verdade, nem a época em que estava. Demorei meses para me adaptar a tudo e a todos, a cada pequeno detalhe dessa nova realidade.

Mas, no fim, acabei me tornando amiga da família Carter. Eles eram gentis, atenciosos e amorosos comigo, e eu procurava retribuir da mesma maneira.

Oliver, que tinha apenas 5 anos quando o conheci, agora completara 9. Sua energia era contagiante, sempre se metendo em pequenas travessuras com a mãe e o irmão. Observá-lo crescer e se transformar era um consolo em meio ao caos da minha própria vida.

Acabei assumindo uma certa responsabilidade pelo pequeno Oliver, uma vez que sua mãe e irmão viajavam a trabalho com frequência e não podiam levá-lo. Jeannette me disse que já estava à procura de alguém para cuidar de Oli quando me conheceu, e que a minha presença foi um verdadeiro milagre para ela, segundo suas palavras.

Oliver, apesar de seus apenas nove anos, exibia uma atitude que beirava a de um adulto extremamente responsável. Ele andava pela casa com uma confiança que parecia desproporcional para sua idade, como se tivesse nascido sabendo exatamente como lidar com qualquer situação que surgisse.

A forma como ele se envolvia em conversas sérias, oferecendo soluções e opiniões com a mesma seriedade de um conselheiro experiente, me fazia lembrar que a criança ao meu lado não era apenas um garotinho brincalhão, mas alguém com uma perspectiva surpreendentemente madura para sua idade.

THE HEIRS OF CHAOS,D.HOnde histórias criam vida. Descubra agora