THE HEIRS OF CHAOS，D.H

﹙𝟶𝟿﹚ ─── chaos in person

┃ ❛ CAPÍTULO NOVE ↹ THOC
꘩ CAOS EM PESSOA ✶ 1963
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A voz de Lila surgiu do nada, rompendo o silêncio que eu tanto valorizava.

一 Sabe o que eu acho? 一 Perguntou, sua presença intrusiva forçando-me a encarar a realidade.

Soltei um suspiro pesado, meus olhos ainda fixos nas minhas mãos sobre a mesa. Sentia como se o peso do mundo estivesse nelas, mas sabia que Lila não ia embora sem dizer o que queria.

一 Não sei, não quero saber e tenho raiva de quem sabe. Mas você vai dizer mesmo assim, então desembucha. 一 Disparei, minha voz saindo mais ríspida do que o necessário, sem nem ao menos levantar o olhar.

Eu ainda não tinha voltado para o Morty's. Escolhi uma lanchonete qualquer, buscando um refúgio temporário onde pudesse organizar meus pensamentos. Voltar significava enfrentar Diego, e eu sabia que ele faria perguntas que eu não estava nem um pouco disposta a responder.

一 Você não deveria odiar sua mãe pelo que ela fez. 一 Lila respondeu, e eu finalmente levantei o olhar para ela, encontrando seus olhos firmes.

一 É mesmo? 一 A falsa incredulidade na minha voz era impossível de disfarçar.

一 É, ela podia ter morrido só pelo fato de saber que você tava aqui em Dallas e nem ligou em mentir pras pessoas que poderiam matá-la. 一 Lila continuou, sua voz carregada de uma lógica que eu simplesmente não conseguia aceitar.

Soltei uma risada curta, sem humor algum.

一 Nossa, então talvez eu deva procurá-la e agradecer por ela ter me entregado pra um cara obcecado por poder que só me deixou traumas e mentido pra mim por quatro anos enquanto fingia ser minha amiga quando, na verdade, era a minha mãe. 一 A acidez em minhas palavras era inconfundível, quase como um reflexo automático.

Lila me encarou, sua expressão endurecendo. 一 Dá pra falar sério por 1 minuto? 一 A irritação era clara em sua voz.

Olhei para meu relógio de pulso, a frieza em mim se acentuando. 一 30 segundos é o meu limite. 一 Respondi, indiferente, como se estivesse ditando uma simples verdade.

一 Você tem sorte por ainda ter uma mãe e irmãos. Os meus pais morreram quando eu tinha quatro anos. 一 Lila revelou, a vulnerabilidade em sua voz me pegando desprevenida.

Eu inclinei a cabeça para o lado, o sarcasmo tomando conta. 一 Era pra eu sentir pena de você?

一 Não. 一 Ela respondeu, tentando manter a compostura.

一 Ainda bem, porque eu ainda te odeio. 一 Retruquei sem hesitar. 一 Afinal, o que você quer, Lila? Por que não me deixa em paz?

Lila respirou fundo, claramente tentando manter a paciência.

一 Eu só acho que você devia saber que a sua mãe fez o melhor que pôde e tudo sempre foi por você. 一 disse, sua voz soando mais suave do que eu esperava.

Sem esperar minha resposta, ela se levantou e saiu, deixando-me sozinha com meus pensamentos conflitantes. Por mais que eu quisesse ignorar, as palavras de Lila ecoavam na minha mente, complicando ainda mais a confusão que eu já sentia.

Tudo bem, talvez, apenas talvez, Lila estivesse certa. Talvez Jean tivesse realmente feito tudo o que estava ao seu alcance para me proteger. Mas o peso da traição ainda estava lá, esmagador.

O fato de que tanto ela quanto Jack eram da Comissão e mentiram para mim durante anos era algo que eu simplesmente não conseguia engolir. Como eu poderia confiar neles algum dia, depois de tudo isso?