﹙𝟶𝟶﹚ ─── new reality

259 41 42
                                    

┃ ❛ PRÓLOGO² THOC
꘩ NOVA REALIDADE ✶ 1959
▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬

❛ 𝑫𝒂𝒍𝒍𝒂𝒔, 𝑻𝒙𝒔 ☄

A dor se espalhou por minhas costas como um incêndio, cada fibra do meu corpo protestando contra o impacto brutal que me lançou ao chão. O concreto áspero rasgou a pele sob minhas mãos, enquanto eu gemia, tentando processar a intensidade da dor.

Cerrei os olhos com tanta força que pequenas manchas de luz dançavam atrás das pálpebras, uma tentativa desesperada de amenizar a dor lancinante que percorria minha espinha.

Quando finalmente consegui abrir os olhos, um Vórtex temporal pulsava acima da minha cabeça, rodopiando com uma intensidade que fazia o ar vibrar ao redor. Era como se o tempo estivesse prestes a se desintegrar, uma visão que me deixou atordoada, meu coração martelando contra as costelas em um ritmo frenético.

Eu me forcei a respirar fundo, tentando recuperar o controle sobre meu corpo e mente.

Com um esforço tremendo, apoiei as mãos no chão, sentindo a aspereza do concreto contra as palmas. Cada movimento era uma luta, como se meus músculos tivessem se transformado em chumbo. Lentamente, ergui o tronco, meus olhos varrendo o beco estreito, iluminado pela luz pálida do dia.

As sombras alongadas das paredes de tijolos aumentavam a sensação de isolamento, e a constatação me atingiu como um soco no estômago: eu estava completamente sozinha.

O silêncio era ensurdecedor, e a ausência de qualquer outra presença humana e familiar tornava a situação ainda mais angustiante.

Cada movimento para me levantar do chão foi uma batalha contra meu próprio corpo, que protestava com cada puxão de músculos e articulação dolorida.

A luz azulada do Vórtex cintilava de forma quase hipnótica acima da minha cabeça, lançando sombras distorcidas nas paredes do beco, enquanto uma sensação crescente de desamparo e isolamento apertava meu peito, acelerando o ritmo do meu coração.

Meu cérebro lutava para processar a cena surreal, desesperado para entender o que havia acabado de acontecer.

一 Diego! Allison! 一 Gritei, com a voz embargada pela urgência, o som ecoando pelas paredes de tijolos desgastados que cercavam o beco deserto. 一 Cinco! Klaus!

Minha voz se esvaiu no silêncio opressivo, reverberando por um breve momento antes de ser engolida pelo vazio. Esperei, o coração pulsando de ansiedade, na esperança de ouvir qualquer resposta, qualquer sinal de que não estava sozinha.

Mas minha esperança foi cruelmente frustrada quando, num piscar de olhos, o Vórtex começou a se fechar diante dos meus olhos, as bordas rodopiando em um turbilhão até desaparecer por completo, como se nunca tivesse existido.

O que restou foi um céu claro, imaculado, com poucas nuvens flutuando preguiçosamente, enquanto o sol pairava alto, derramando sua luz suave e agradável. Mas, em contraste com o cenário sereno, o vazio ao meu redor parecia ainda mais esmagador, e a tranquilidade do ambiente só intensificava a sensação de abandono que me invadia.

Meu olhar vagou pelo local ao meu redor, e a realidade me atingiu como um golpe frio no estômago.

Ótimo.

Eu estava completamente sozinha, cercada por paredes sujas e escuras de um beco desconhecido, e não fazia ideia de onde os outros estavam.

Que bela merda!

A angústia cresceu dentro de mim, misturada com a frustração e o medo que eu tentava desesperadamente manter sob controle.

No fundo, eu sabia que o plano de Cinco tinha uma grande chance de dar errado. Voltar no tempo, interferir com o passado... Era perigoso e imprevisível, mas a necessidade de evitar nossas mortes nos deixou sem escolhas.

THE HEIRS OF CHAOS,D.HOnde histórias criam vida. Descubra agora