Leo: Tentando domar

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      A reunião acabou depois de cinco horas e meia. Leo se sentia cansado, mas preocupado. Ligou para o celular de Sofia novamente e só dava desligado. Como a reunião tinha começado 10h da manhã, já eram 15h e 30min e era um horário muito tarde para Sofia ainda estar dormindo. Leo avisou para a secretária que iria dar uma saída e que possivelmente não voltaria naquele dia, porque já tinha terminado de fazer tudo o que precisava. Ele foi correndo para o estacionamento e pegou seu carro.

           Leo começou a dirigir e continuava tentando ligar para Sofia, mas só dava desligado. Ele chegou na rua do prédio que ela morava e encontrou um pouco de multidão, então teve que descer do carro e ir andado. Quanto mais se aproximava, ele começou a perceber que o chão estava sujo e notou que era sangue. Ele percebeu que o sangue fazia uma trilha até o prédio e seu coração começou a acelerar. Ele correu para dentro do prédio e seu coração quase saía pela boca, porque ele tinha ouvido um dos repórteres perguntar "Como anda a recuperação de Sofia?". Leo percebeu que o chão branco da recepção do prédio estava manchado de vermelho e havia policiais.

        -O que aconteceu? – ele perguntou e o porteiro o olhou assustado.

          -Finalmente, finalmente! O senhor estava com a mocinha na noite anterior, não é mesmo? Vocês são namorados né? A mocinha foi assaltada e esfaqueada essa manhã, ela desmaiou antes que conseguisse me dizer seu número. – o porteiro falou tudo de uma vez e Leo teve que se controlar.

         -Onde Sofia está? – ele perguntou desnorteado.

         -Ela foi levada para o hospital...

          -O que o senhor é da Sofia? – o policial interrompeu.

        -Sou da família e namorado. – Leo respondeu.

      -Isso é verdade? – o policial perguntou ao porteiro.

     -Pelo amor de Deus, onde está Sofia? Ela está bem? – Leo perguntou preocupado.

       O porteiro disse em qual hospital ela estava e os policiais fizeram algumas perguntas, porque eles acreditavam que os ladrões não tinham a escolhido aleatoriamente. Leo tentou responder e implorou para que o deixassem ir para o hospital e os policiais avisaram que eles seriam chamados para depor depois. Leo entrou no carro, ignorou a imprensa, e foi direto para o hospital. Para sua alegria, o hospital não era longe e ele chegou em menos de 10 minutos, entrou no hospital correndo e pedindo informações sobre Sofia. Ele teve que dizer quem era, mostrar documentos e então foi autorizado. Assim que encontrou o quarto e abriu a porta, encontrou uma Sofia desacordada e com um enorme ferimento.

        Leo ficou desnorteado e paralisado na porta. Ele tinha acabado de se reconciliar com ela, eles estavam bem e começando a resolver os problemas da empresa, então como tudo poderia dar tão errado? Ele conseguiu mover os pés em direção a sua amada na cama do hospital e a encontrou com curativo no ombro até o cotovelo. Ele segurou sua mão com todo o cuidado, porque não sabia o que poderia acontecer se ele fosse descuidado por alguns minutos.

        -Sofia? – ele a chamou com a voz abafada, mas ela não lhe respondeu e isso o deixou mais aflito. – Sofia? – ele voltou a chamar, mas ela continuava a dormir.

         Ele sentou na cadeira ao lado da cama e não soltou sua mão. Leo já tinha conversado com o médico rapidamente e foi informado de que Sofia estava dormindo por culpa da medicação e de seu cansaço, mas que agora não corria mais riscos de vida. Por mais que o médico tenha tentado tranquilizá-lo, Leo não conseguia impedir que seu coração ficasse acelerado ao vê-la daquele jeito, pois ele temia que o pior acontecesse e esse era o seu maior desespero.

Destinos Traçados: ReencontroOnde histórias criam vida. Descubra agora