Cap. 18 - O Pesadelo de Turmalina

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– Lina, sente-se outra vez! – Esmeralda gritou, achando que talvez pudessem reverter o que havia acontecido.

– Não vai adiantar! – A guardiã roxa respondeu, embora tivesse obedecido e se sentado outra vez. – Não acredito que estraguei tudo de novo!

– Não foi sua culpa! – Luciana se apressou em dizer. – Ainda podemos....

Nesse instante, o salão todo sacudiu e uma fumaça esbranquiçada começou a surgiu do centro dos desenhos de apanhador de sonho no chão e no teto da caverna. Aos poucos, aquela névoa começou a ganhar forma e começou a parecer mais e mais a silhueta de uma pessoa.

– Deve ter um jeito de fechar o Portal! – Diamante anunciou, olhando ao redor e procurando ignorar aquela figura que se formava.

– Pense, Lina! Como podemos fechar o Portal? – Esmeralda perguntou para reforçar a ideia e fazer a amiga raciocinar.

– Só pense logo, está bem? – Rubi, ainda sentado, usava o restante de sua energia onírica para laçar bolas de fogo na silhueta que se formava, mas elas passavam direto e explodiam nas paredes.

– Não tem como fazer isso! O papel de Lucinda não diz nada sobre outras maneiras de fechar se ele for aberto! – Turmalina estava entrando em desespero outra vez e não parava de chorar.

– Tem sim! Pense! – Diamante insistiu e começou a usar seu poder para tentar conter a névoa. Suas tentativas fizeram mais efeito do que as do outro guardião.

– Lina, procure se concentrar! Eu sei que tem um jeito! Você vai conseguir se lembrar! – Luciana repetiu, procurando fazer a outra guardiã focar nela.

A silhueta em forma de pessoa pareceu rir da conversa que elas estavam tendo, mas até o momento não havia tentado atacar ninguém. Diamante e Rubi continuavam tentando atacá-la, enquanto Esmeralda e Luciana procuravam acalmar Turmalina para que ela desse um jeito naquilo.

Então, a silhueta finalmente se pronunciou:

– Eu sou o Rei dos Pesadelos e agora nada irá me impedir de dominar o Mundo Real! – Sua fala foi seguida por uma risada sinistra e todos os guardiões sentiram arrepios em seus corpos, junto a uma brisa congelante que parecia emanar daquele ser.

– Estamos ficando sem tempo! – Rubi gritou de seu trono, parecendo incomodado com o fato de ainda não poder se levantar.

– Lina! Olhe para mim! Você não está sozinha! – Luciana pediu mais uma vez, começando a sentir o desespero crescer dentro de si. – Você pode reverter isso. Use seu poder!

– Meu poder...? – A guardiã roxa franziu o cenho, duvidando que isso iria funcionar, mas respirou fundo algumas vezes para conseguir se acalmar.

Assim que sentiu a conexão com seu poder se fortalecer, ela fechou os olhos e se concentrou mentalmente no que queria fazer. Quando os abriu novamente, focou seu olhar na silhueta do Rei dos Pesadelos e esperou que a conexão acontecesse. Era difícil se conectar com uma criatura sem face, mas, de alguma forma, ela conseguiu.

– Você não quer mais dominar o Mundo Real. – Lina sussurrou, extremamente concentrada, numa voz quase etérea. – Você vai voltar ao Mundo das Ideias e fechar o Portal por lá.

A criatura pareceu relutar por alguns instantes, então a fumaça começou a retroceder para dentro dos desenhos de apanhador de sonhos e em questão de segundos tudo estava acabado. As luzes que formavam os desenhos se apagaram, os elementos voltaram para suas pedras e cada um dos guardiões conseguiu retirar sua pedra dos tronos.

– Muito bem, Lina! – Luciana comemorou, correndo até a guardiã roxa para dar um abraço nela.

– Finalmente acabou! – Rubi desabou na cadeira, exausto.

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