Capítulo 15 - Trabalho em Equipe

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– Eu detesto mudar de aparência assim! – Rubi reclamou pela enésima vez sobre ter que se transformar em Guardião. – É ridículo! Só nos torna alvos mais fáceis!

– Sou obrigada a concordar. – Turmalina deu um puxão no tecido roxo da manga de sua roupa de guardiã, mas ele era encantado e não podia ser rasgado facilmente.

Os guardiões costumavam não ficar muito felizes por seus cabelos, olhos e roupas mudarem de cor cada vez que seguiam para o Mundo das Ideias para lutar e proteger o Mundo Real. Em parte porque achavam incômodo ficarem com aparências tão coloridas para enfrentar os Pesadelos.

– Parem de reclamar! Não vai adiantar de nada. – Dim também não gostava muito da transformação, mas sabia que não levaria a nada ficar reclamando disso o tempo todo.

– Eu acho que sua aparência fica bem melhor como guardião, Rubi. – Luciana provocou dando uma risadinha.

– Muito engraçadinha. – Rubi resmungou lançando a ela um olhar irritado.

– Foi só um elogio. – Luciana completou dando de ombros, mas o rapaz não parecia nem um pouco feliz, embora não tenha retrucado mais nada.

– Parem com isso! Acham que conseguiremos vencer o Pesadelo se ficarmos com piadinhas entre nós? – Esmeralda geralmente tinha muita paciência, mas em geral perdia sua calma ao notar pessoas discutindo entre si sem motivos.

– Esme tem razão. Devemos focar. – Diamante se apressou a dar ênfase ao comentário dela, já que parecia ser o mais sensato até o momento. Os outros ficavam se alfinetando como crianças birrentas. Não que ele mesmo já não tivesse se estranhado com o Rubi, mas procurava evitar.

– Avisem quando encontrarem qualquer coisa. Esse lugar é... vazio. Viemos parar num deserto? – Luciana desviou a atenção da tensão causada pela pequena discussão entre ela e o Rubi.

Todos passaram a olhar ao redor, mas tudo o que viam era areia e mais areia. As pedras ajudavam a amenizar o calor que sentiam, mas era tão intenso que parecia superar a magia de proteção das pedras. Talvez fosse porque estavam no Mundo das Ideias de novo e ali as coisas se comportavam de uma maneira diferente do que acontecia no Mundo real.

– Talvez tenhamos que enfrentar um monstro de areia? – Turmalina palpitou, enquanto cobria os olhos por causa do sol escaldante. O ar começou a se agitar e pequenos grãos de areia passaram a rodeá-los junto ao vento.

– O ar aqui não está normal. Há algum tipo de tempestade vindo aí. – Diamante se posicionou em defesa e todos fizeram o mesmo.

– Está pressentindo isso, Dim? – Luciana encarava da melhor maneira possível tudo o que seus olhos semicerrados enxergavam. A areia começou a fazê-la engasgar.

– Estou. Você está bem? – E tocou de leve o braço dela, fazendo com que o ar movesse a areia apenas ao redor deles, sem tocá-los ou atrapalhar sua respiração.

– Sim, é só essa areia toda. Está irritando minha garganta e meu nariz. – E passou a respirar melhor depois da bolha de ar criada por Dim. – Obrigada. Isso ajudou bastante.

– Disponha. – O rapaz sorriu gentilmente, mas quando estava prestes a dizer mais alguma coisa, ouviram o grito de sua amiga guardiã.

– Acho que encontrei nosso Pesadelo! – A voz de Esmeralda preencheu o ar ao redor dos cinco. – É uma tempestade de areia! Mas está parecendo um....

– Um tornado! Obviamente alguém deve temer isso. Claro. – Rubi revirou os olhos, parecendo tão assustado quanto irritado.

– Como vamos fazer para derrotar essa coisa? – Turmalina já havia se posicionado junto aos demais numa espécie de formação como uma estrela de cinco pontas. – Eu não posso fazer nada quanto a isso. Essa coisa não tem uma alma que eu possa controlar ou acalmar!

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