– Vamos, Luciana! Você está muito lenta! – Rubi gritou com ela de novo enquanto corriam por uma floresta criada no Mundo das Ideias, dentro do santuário de Esmeralda.
– Estou tentando! Suas pernas são mais longas do que as minhas! – A garota retrucou irritada e procurou forçar seus músculos a colaborarem.
– Quer descansar um pouco? – Dim desacelerou consideravelmente para conseguir correr ao lado dela.
– Não. Precisamos terminar esse treinamento. – Luciana respondeu com um suspiro cansado.
– Posso te levar nas costas, se quiser. – O rapaz sugeriu, apontando as próprias costas com o polegar.
– Vou acabar te atrasando e te tornando um alvo fácil. – Ela sacudiu a cabeça para os lados em sinal de negação.
– E que tal se eu libertar o Zéphiro? Você pode montar nele.
– Não sei montar. – E desviou o olhar, sentindo-se cada vez mais inútil.
Tia Lucinda havia dado a eles um livro para orientar seu treinamento no mundo das ideias, já que ela não podia mais segui-los até lá por não ser mais a guardiã da pedra. Geralmente, ela passava as instruções para eles todas as manhãs de maneira teórica e durante as tardes eles seguiam juntos para os Santuários no intuito de treinar suas habilidades.
Naquela tarde, estavam todos no Santuário de Esmeralda, onde ela havia projetado uma floresta densa e se fazia passar pelo Pesadelo que eles estariam enfrentando. Em cada treino, um deles assumia o papel de vilão para que as coisas ficassem um pouco mais reais.
Todos já haviam assumido esse papel, exceto por Luciana.
– Vocês vão ficar aí namorando ou vão vir? – Rubi elevou a voz mais uma vez, tentando apressar os outros dois.
– Não estamos namorando! – Luciana gritou de volta, irritada. – Por que não cuida da sua vida?
– Eu estava cuidando muito bem dela até você me tirar de lá para fazer parte dessa loucura toda! – O rapaz lançou a ela um olhar ressentido.
– Ei! Não fale como se não tivesse aceitado! – Diamante partiu em defesa da jovem. – Ninguém te amarrou e te obrigou a vir! Você veio porque perdeu a aposta que fez com a Safira!
– Está tudo bem, Dim. – Ela tocou o braço dele com delicadeza e fez um gesto com a outra mão indicando para deixar isso para lá.
Não que eles tiveram muito tempo para continuar a conversa depois disso. Com todos aqueles gritos, Esmeralda os encontrou e usou seus poderes para fazer os cipós amarrarem seus amigos contra os troncos das árvores. Como foram pegos de surpresa, não conseguiram se soltar.
– O treino acabou. – Esmeralda anunciou com um ar vitorioso, mas não parecia muito feliz por ter ganhado. – Precisam se concentrar melhor na missão.
– Ela tem razão. – Turmalina apareceu por entre as folhagens depois de ter sido solta. – Se fosse realmente um pesadelo, estaríamos presos no Mundo das Ideias para sempre.
– A culpa foi do Rubi! Ele que ficou gritando com a gente! – Luciana protestou, mas no mesmo instante se arrependeu do que disse e tentou se corrigir. – Na verdade....
– Se você não ficasse fazendo corpo mole e ficasse de namorico com o Diamante, eu não precisaria ter gritado! – Rubi retrucou em sua própria defesa, cruzando os braços em frente ao corpo.
– Não vamos ficar brigando, por gentileza. – Diamante se intrometeu, colocando-se entre os dois. – Todos temos muito o que melhorar.
– Ele tem razão. – Luciana concordou, baixando a cabeça e fitando o chão. – Eu deveria me esforçar mais. Estou preocupada com tantas coisas que não consigo focar em nada direito.
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Portal Dos Sonhos [A Revisar]
FantasyVocê já parou para pensar de onde vem seus sonhos insanos? Por que parecem tão reais? Por que os pesadelos insistem em te atormentar? Não acredita nas respostas da ciência? Luciana também não acreditava e descobrirá as verdadeiras respostas da pior...