Cap. 17 - O Ritual de Fechamento

1 0 0
                                    

– Vamos, Luciana! Você está muito lenta! – Rubi gritou com ela de novo enquanto corriam por uma floresta criada no Mundo das Ideias, dentro do santuário de Esmeralda.

– Estou tentando! Suas pernas são mais longas do que as minhas! – A garota retrucou irritada e procurou forçar seus músculos a colaborarem.

– Quer descansar um pouco? – Dim desacelerou consideravelmente para conseguir correr ao lado dela.

– Não. Precisamos terminar esse treinamento. – Luciana respondeu com um suspiro cansado.

– Posso te levar nas costas, se quiser. – O rapaz sugeriu, apontando as próprias costas com o polegar.

– Vou acabar te atrasando e te tornando um alvo fácil. – Ela sacudiu a cabeça para os lados em sinal de negação.

– E que tal se eu libertar o Zéphiro? Você pode montar nele.

– Não sei montar. – E desviou o olhar, sentindo-se cada vez mais inútil.

Tia Lucinda havia dado a eles um livro para orientar seu treinamento no mundo das ideias, já que ela não podia mais segui-los até lá por não ser mais a guardiã da pedra. Geralmente, ela passava as instruções para eles todas as manhãs de maneira teórica e durante as tardes eles seguiam juntos para os Santuários no intuito de treinar suas habilidades.

Naquela tarde, estavam todos no Santuário de Esmeralda, onde ela havia projetado uma floresta densa e se fazia passar pelo Pesadelo que eles estariam enfrentando. Em cada treino, um deles assumia o papel de vilão para que as coisas ficassem um pouco mais reais.

Todos já haviam assumido esse papel, exceto por Luciana.

– Vocês vão ficar aí namorando ou vão vir? – Rubi elevou a voz mais uma vez, tentando apressar os outros dois.

– Não estamos namorando! – Luciana gritou de volta, irritada. – Por que não cuida da sua vida?

– Eu estava cuidando muito bem dela até você me tirar de lá para fazer parte dessa loucura toda! – O rapaz lançou a ela um olhar ressentido.

– Ei! Não fale como se não tivesse aceitado! – Diamante partiu em defesa da jovem. – Ninguém te amarrou e te obrigou a vir! Você veio porque perdeu a aposta que fez com a Safira!

– Está tudo bem, Dim. – Ela tocou o braço dele com delicadeza e fez um gesto com a outra mão indicando para deixar isso para lá.

Não que eles tiveram muito tempo para continuar a conversa depois disso. Com todos aqueles gritos, Esmeralda os encontrou e usou seus poderes para fazer os cipós amarrarem seus amigos contra os troncos das árvores. Como foram pegos de surpresa, não conseguiram se soltar.

– O treino acabou. – Esmeralda anunciou com um ar vitorioso, mas não parecia muito feliz por ter ganhado. – Precisam se concentrar melhor na missão.

– Ela tem razão. – Turmalina apareceu por entre as folhagens depois de ter sido solta. – Se fosse realmente um pesadelo, estaríamos presos no Mundo das Ideias para sempre.

– A culpa foi do Rubi! Ele que ficou gritando com a gente! – Luciana protestou, mas no mesmo instante se arrependeu do que disse e tentou se corrigir. – Na verdade....

– Se você não ficasse fazendo corpo mole e ficasse de namorico com o Diamante, eu não precisaria ter gritado! – Rubi retrucou em sua própria defesa, cruzando os braços em frente ao corpo.

– Não vamos ficar brigando, por gentileza. – Diamante se intrometeu, colocando-se entre os dois. – Todos temos muito o que melhorar.

– Ele tem razão. – Luciana concordou, baixando a cabeça e fitando o chão. – Eu deveria me esforçar mais. Estou preocupada com tantas coisas que não consigo focar em nada direito.

Portal Dos Sonhos [A Revisar]Onde histórias criam vida. Descubra agora