Capítulo 6 - Rubi

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– Bom dia, meninas. Hora de se levantar! – Tia Lucinda entrou no quarto das garotas sorrindo com uma bandeja de café da manhã nas mãos. Encostou a porta com um dos pés e depositou a bandeja no criado-mudo.

– Que horas são? – Resmungou Luciana, ainda se sentindo muito cansada por causa do fuso horário.

– Não é muito cedo, você deve estar sentindo os efeitos do fuso horário. Não sentiu quando foi me buscar no México? – Esmeralda não parecia tão cansada quanto Luciana, mas olheiras leves preenchiam a parte debaixo de seus olhos.

– Senti, mas nem tanto quanto vir direto de lá para cá. Fora que a mudança de clima também foi bem considerável, não é? Você não sentiu um pouco de frio ao chegar aqui?

– Senti, mas minha pedra me mantém aquecida. Você gostaria de aprender esse feitiço?

– Depois do café da manhã. – Ela respondeu enquanto seu estômago soltava um grunhido ansioso.

– Vou te ensinar quando estivermos a caminho do aeroporto. – E sorriu ao pegar um pedaço de bolo da bandeja. Luciana apenas suspirou e começou a comer também.

Logo, as duas garotas já estavam prontas para partir novamente e quando procuraram por Dim, o avô informou que estava no estábulo, se despedindo de seu cavalo, Zéphiro. Luciana e Esmeralda foram atrás dele para avisar que estava na hora de partir.

– Adeus, rapaz. Fique bem e cuide do vovô por mim, por favor. – Dim esfregava as costas do cavalo branco com uma escova vermelha. As garotas o pegaram de surpresa e ele pareceu desconcertado por elas terem ouvido sua despedida.

– Quer levar o cavalo conosco? – Esme deu de ombros, fingindo não se importar com o gesto gentil que oferecia.

– Do que está falando? Um cavalo num avião? Ficou louca? – Luciana não conseguia acreditar no que estava ouvindo. Dim não parecia tão surpreso.

– Como pretende transformá-lo? Ainda não aprendi isso.

– Transformá-lo? – Luciana olhava de um para o outro como se estivessem falando grego. Não que agora ela não entendesse o idioma, já que possuía a pedra e essa a auxiliava a compreender as diversas línguas com mais facilidade. Pelo menos depois que Tia Lucinda finalmente ensinou à ela o feitiço certo para isso.

– Vou transformar o cavalo dele em algum animal pequeno que possamos transportar conosco. Que tal um rato ou um passarinho?

– Prefiro um passarinho.

– Não que eu precise opinar, mas também prefiro que escolha um pássaro. – Luciana sorriu sem graça ao lembrar de seu medo de ratos.

– Certo, fiquem para trás que vou transformá-lo. – Esmeralda acariciou as costas do cavalo e começou seu encantamento, encostando a testa na cabeça do animal.

Doce criatura terrena

De grande porte

E face serena

Torne-se agora

Criatura pequena

Todos os três foram obrigados a fechar os olhos enquanto o belo cavalo brilhava intensamente e se tornava um canarinho pequenino, que voou até o braço de Dim. Quando Luciana abriu os olhos, se encantou novamente ao ver a magia em ação.

– Ótimo. Vou mantê-lo escondido dentro do meu casaco e não precisaremos de autorização para levá-lo. – E de alguma forma, o garoto convenceu a criaturinha a se esconder em seu casaco e ficar quietinha.

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