Capítulo 14 - Como derrotar um Pesadelo

13 4 0
                                    

– Esme, como sabe para que lado devemos ir? – Luciana perguntou ao notar que até então não haviam cruzado com nenhum robô.

– Eu sei onde a líder suprema está. Já fiz esse trajeto várias vezes tentando encontrar vocês quando ela os capturou. – A guardiã verde continuava a guiá-los por corredores cinzas e apertados, a todo o momento tinham que se esconder e abaixar, tomando refúgio no escuro. – Ainda não entendi como escaparam.

Realmente fazia sentido que ela soubesse os caminhos, já que o pesadelo era dela. Mas, com certeza, lá na frente não seria tão fácil assim. Pelo menos isso era o que os outros quatro guardiões estavam pensando. Encaram aquilo como as fases de um videogame, e raramente a fase final era fácil de vencer. A única que tinha ciência do que estariam enfrentando era Esmeralda.

Ela sabia muito bem o que teria que derrotar. Será que dessa vez conseguiria? Só de pensar nisso já sentia um arrepio correr sua coluna, como se anunciasse um mau presságio. Ela estava tentando não pensar demais. Tinham que seguir em frente.

Ao chegarem ao grande salão de reuniões, no topo do edifício, tiveram que acostumar a visão com a quantidade de luz. Ali em cima, as paredes e o teto eram feitos de vidro, como em uma estufa. E por estarem realmente bem alto, a poluição não conseguia encobrir o brilho do sol, como acontecia lá embaixo.

A personificação do poder da Natureza estava sentada em seu trono de madeira, ornado com flores coloridas e cipós esverdeados. Observava o lado de fora, sem realmente conseguir ver algo além do sol que se punha. Não havia qualquer guarda protegendo-a. Não precisava disso. Será que estaria fazendo a fotossíntese? Luciana pensou consigo mesma.

– Vejo que trouxe seus amigos outra vez. – Comentou a mulher de pele esverdeada e cabelos no mesmo tom, ainda de costas para os invasores.

– Sim. – Esmeralda se colocou à frente, caso seu poder viesse a atacar. – Eles são as pessoas que eu esperava para derrotar você.

– Está brincando, não é? – Luciana questionou com um risinho nervoso. – Você não disse que a gente já tinha tentado...?

– Cale a boca, Safira! – Rubi a interrompeu, dando uma cotovelada que quase a derrubou.

– Ela não é uma pessoa de verdade. – Explicou Turmalina, que era capaz de sentir a alma das pessoas. – Ela é o Poder da Esmeralda. Não tem uma alma humana.

– Piorou! Como vamos enfrentar um Poder? Com certeza ela tem anos de experiência e muita raiva acumulados! – Luciana não conseguia se controlar direito, estava realmente muito nervosa.

– Nós não vamos. – Diamante segurou a mão dela para acalmá-la. – Não somos nós quem derrotamos os pesadelos, são as próprias pessoas que sonham com eles. Nós só ajudamos a capturá-los.

– É isso mesmo! – Lina concordou com ele no mesmo instante em que falou. – Esme sabia disso. Ela só precisava de nós para lhe dar apoio e ajudar a capturá-lo!

O sorriso no rosto da guardiã verde se ampliou. Não importava que estivesse lutando contra seu poder e que estivesse desarmada. Com os outros guardiões ali, sentia que conseguiria encarar o que viesse. Da outra vez que enfrentou seu poder com seus amigos, sentia que tinha algo errado com eles e tinha a sensação de que haviam sido capturados por essa razão.

Agora, sentia que eram eles mesmos ali, lutando do lado dela, e ela tinha certeza de que conseguiria vencer.

– Não adianta tentar mais uma vez. Sou mais forte que você, Esmeralda. – O Poder sorria em sua forma humana, como se já tivesse vencido aquela luta. – Você é apenas uma simples humana.

Portal Dos Sonhos [A Revisar]Onde histórias criam vida. Descubra agora