Capítulo 5 - Diamante

63 36 16
                                    

Alberto, caseiro de tia Lucinda, era um dos poucos empregados dela que sabia a verdade sobre a viagem delas e os poderes das pedras. Tia Lucinda dizia que tanto ele quanto a cozinheira, Suelen, eram de confiança.

O caseiro estivera ocupado por muitos dias tentando encontrar anormalidades na cidade em que viviam, usando os apetrechos mágicos que tia Lucinda deixara para ele. O mais útil, aparentemente, era um binóculo mágico que iluminava todos os objetos ou seres oníricos que foram materializados pelos sonhos de Luciana até aquele momento.

Por hora, Luciana era a única que conseguia materializar os sonhos, mas se o portal não fosse fechado a tempo, os sonhos e pesadelos de qualquer pessoa no mundo viriam a se tornar reais. E isso seria uma enorme catástrofe.

A viagem foi longa e exaustiva, quando chegaram à Londres as garotas seguiram diretamente para um hotel com Tia Lucinda e acabaram por ter que dividir um quarto. Tia Lucinda ficou no quarto ao lado, de onde podia ouvir se as duas meninas estavam bem ou não. Luciana observava seu colar e as pedras cintilantes que ofuscavam a vista com seu brilho.

– Seu amuleto é bonito.

– Amuleto? – Luciana virou o rosto para encarar Esmeralda.

– Sim. Seu colar é seu amuleto de guardiã, assim como meus brincos são os meus.

– Seus brincos.... – Finalmente ela havia reparado que Esmeralda não retirara os brincos em nenhum momento.

Enquanto o colar dela lembrava várias gotinhas de água escorrendo, os brincos de Esmeralda lembravam dois apanhadores de sonho, e no centro de cada um havia uma esmeralda brilhante.

– São lindos também.

– Você não faz ideia do poder que tem, não é? – A garota suspirou, desanimada.

– Acho que não.

– Não fique triste, está bem? Até ano passado eu também não sabia. Só não sei por que sua tia não começou a te ensinar sobre seus poderes antes do desastre acontecer novamente.

– Acho que ela não tinha esperanças de que eu fosse herdar os poderes dela. Talvez ela pensasse que tinha que ter sido minha mãe....

– Acredite, ela já havia percebido, mas não quis ensiná-la por algum motivo específico.

– Como pode ter tanta certeza?

– Ela troca correspondências com a minha avó.

– Cartas? – Luciana não conseguia acreditar que se comunicassem por cartas ainda.

– É claro! Telefones não são confiáveis, podem ter grampos. Cartas enfeitiçadas são mais seguras.

– Minha tia e sua avó são bruxas?

– Não. Elas são as antigas guardiãs, por isso têm poderes mágicos.

– Magia. – E deixou escapar um risinho sarcástico.

– Você não acredita ainda?

– Obviamente não.

– Vou te mostrar, então. – Finalmente, Esmeralda sorriu.

– Como vai fazer isso? – Luciana havia ficado curiosa, embora também estivesse um pouco preocupada.

– Primeiro, levante-se dessa cama, depois me dê suas mãos e feche os olhos. – As duas se posicionaram e Esmeralda ditou as palavras que as levariam ao Mundo das Ideias.

Das joias o poder

Obtemos para lutar

Portal Dos Sonhos [A Revisar]Onde histórias criam vida. Descubra agora