Luciana já não aguentava mais correr por entre as árvores quando finalmente avistou uma folhagem suspeita. Suas pernas doíam, mas a visão que encontrou encheu-a de esperanças. No alto de uma das colinas havia uma enorme mangueira que formava uma espécie de cabana verde com seus galhos e folhas.
– Por que as árvores aqui estão verdes? É inverno! Não deveria estar assim. – A garota resmungou consigo mesma, enquanto disparava para chegar na colina a tempo.
Escalou a colina com todo o cuidado, não podia deixar que Rubi a visse chegar. Quando se aproximou da cabana formada pela árvore, ouviu uma voz masculina e soube imediatamente que seu palpite estava certo.
Passou pela folhagem e olhou para cima, avistando uma pequena casa na árvore feita de madeira. Possuía uma única porta e uma única janela, também não era muito espaçosa. Provavelmente só cabiam duas pessoas para dormir ali dentro.
Uma escada entalhada no próprio tronco da árvore a levava até a estreita varanda e Luciana subiu com o máximo de cuidado possível. Podia ouvir o garoto se gabando de sua esperteza lá dentro. Ela queria surpreendê-lo, então seguiu até a janela e espiou. Rubi estava sentado numa almofada de costas para a janela.
Era bom demais para ser verdade.
Luciana não pensou duas vezes, dobrou o corpo para dentro da casa e deu um toque no ombro do rapaz no exato momento em que o relógio dele disparou, avisando ter dado meio-dia.
– Peguei você!
Infelizmente, o susto que ele levou fez com que atirasse uma bola de fogo, seu elemento, na direção da pessoa que o havia tocado e isso causou o princípio de um incêndio que queimaria completamente a cabana e a árvore junto.
– Sua maluca! Olha só o que você fez! – Rubi se pôs de pé e correu para fora, pulando da árvore e saindo da toca verde.
– Eu sinto muito! Não foi minha intenção fazer com que.... – A garota o seguiu rapidamente, sem conseguir terminar aquela frase, mas o rapaz estava muito irritado.
– Silêncio! Não posso controlar esse fogo todo com sua voz irritante me importunando!
– Acha que pode fazer tudo sozinho, é? – Ela sentiu uma pontinha de raiva dentro de si.
– Eu vivi sozinho praticamente minha vida toda, por que precisaria de você e de seus amiguinhos agora?
– Porque tudo se torna mais fácil quando podemos contar com a ajuda um do outro.
– Então faça algo de útil e apague o fogo! Use sua magia idiota para uma boa causa!
– Boa causa? Então agora quer a minha ajuda?
– É isso ou perder minha propriedade.
– Achei que tivesse invadido.
– Eu invadi, mas não deixa de ser o lugar onde eu vivo.
– Eu não sei controlar meu poder ainda. – Ela admitiu envergonhada. – Queria muito te ajudar, mas não sei como.
– Se não sabe controlá-la, sua magia de fadinha é inútil. – Ele resmungou de um jeito grosseiro.
– Assim como você com sua bola de fogo! – Ela retrucou, irritada.
O rapaz não soube como responder dessa vez, por isso ficou em silêncio e continuou tentando controlar o fogo que ele mesmo havia provocado. As labaredas haviam queimado toda a árvore, a cabana e agora seguiam pela colina.
Lucinda, Dim e Esmeralda avistaram a coluna de fumaça e seguiram correndo em sua direção. Enquanto isso, Rubi já havia desistido de controlar o incêndio e apenas observava tudo sem conseguir acreditar que perderia tudo o que tinha outra vez.
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Portal Dos Sonhos [A Revisar]
FantasíaVocê já parou para pensar de onde vem seus sonhos insanos? Por que parecem tão reais? Por que os pesadelos insistem em te atormentar? Não acredita nas respostas da ciência? Luciana também não acreditava e descobrirá as verdadeiras respostas da pior...