2- All The Chances

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Violet sabia que era apenas questão de tempo até que começassem a reparar neles

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Violet sabia que era apenas questão de tempo até que começassem a reparar neles. Pela primeira vez, ela afastou esse pensamento e deixou-se guiar pela música e pela presença de Damon.

Ele não desistiria de tentar fazê-la sorrir, como prometera. "Se eu visse apenas um sorriso da senhorita esta noite, minha vida teria valido a pena", ele dissera. Ela reprimiu um sorriso e revirou os olhos, fingindo indiferença, enquanto suas palavras ecoavam em sua mente.

— Fez de novo. — Damon comentou suavemente, mais para si do que para ela, sem disfarçar o olhar atento que a envolvia.

— Fiz o quê? — Ela respondeu, a voz inocente, embora soubesse muito bem o que ele queria dizer.

— Isto. — Ele imitou o gesto dela, exagerando, e Violet soltou uma risada que mal conseguiu conter. Ele riu também, um som breve e discreto.

— Toda dama tem suas manias. — Violet rebateu, inclinando a cabeça levemente, desafiadora. Damon a fitou com intensidade, sem jamais desviar os olhos.

Quando a música cessou, ambos se afastaram com uma reverência, como ditava o costume. Mas Damon, rápido e gentil, tomou a mão dela e deixou um beijo suave em suas costas.

— Espero vê-la novamente em breve.

Violet abriu a boca para responder, mas então avistou Giuseppe, o pai de Damon, encarando-os com uma expressão de desdém. O pânico a percorreu como um relâmpago. Ela olhou para Damon, que franziu o cenho, confuso com sua mudança de atitude. Sem dizer mais nada, retirou sua mão da dele e se afastou apressadamente, deixando-o perplexo.

Damon se virou para encontrar seu pai, que o observava de longe, chamando-o discretamente junto ao irmão, Stefan. Ao fundo, Violet caminhava em direção ao piano, respirando fundo antes de tocar a primeira nota.

A melodia logo preencheu o salão. Cada acorde parecia conter algo de sua alma, e quando ela começou a cantar, sua voz envolveu o ambiente, transportando todos para um lugar distante, quase etéreo.

— A jovem no piano — murmurou Giuseppe, o desdém evidente em sua voz. — Violet Markey. Bastarda, filha de uma mulher que ousou viver sem marido. — Ele cuspia as palavras com nojo. — Se vocês desejam manter o respeito nesta cidade, mantenham-se longe dela.

Damon continuava a olhar para Violet, mesmo sob o peso das palavras do pai.

— A última coisa que você deve fazer é irritá-lo novamente, Damon. Fique longe. — Stefan advertiu, colocando uma mão amigável no ombro do irmão.

— Eu o provoco, irmão? — Damon soltou uma risada irônica, mas sua expressão era amarga.

Stefan apenas o olhou com seriedade, e Damon suspirou.

— Não sou o único a culpá-lo, você sabe. — As palavras saíram antes que ele pudesse impedir, e ele logo se arrependeu. Stefan, afinal, sempre se esforçava para não ver a crueldade de Giuseppe.

— Só estou dizendo para ser cauteloso.

Ao final da noite, enquanto os convidados se retiravam, Violet caminhava em direção à porta principal. Já nos degraus da varanda, uma mão firme e quente segurou a dela, obrigando-a a se virar.

Era Damon. Assustada com a possibilidade de serem vistos, Violet rapidamente puxou sua mão de volta. Ela olhou em volta e viu que ainda havia algumas pessoas conversando nas sombras.

— Queria apenas dizer que foi um prazer conhecê-la, — ele disse calmamente, inclinando-se para beijar novamente suas mãos. — Senhorita Violet Markey.

Ele demorou-se no toque, e quando soltou sua mão, deixou discretamente um pequeno bilhete em sua palma. Ela agradeceu à fraca iluminação por esconder o rubor que subia às suas bochechas.

— O prazer foi meu, — respondeu ela, curvando a cabeça antes de descer os degraus.

Ao chegar ao último degrau, virou-se por um instante e o olhou fixamente, respondendo com um leve sorriso.

— Damon Salvatore.

Ela não esperou por sua resposta, virando-se e caminhando rapidamente até sua casa. Assim que entrou, fechou a porta e encostou-se contra ela, sentindo o coração bater acelerado. Com dedos trêmulos, abriu o bilhete.

Ele a convidava para um encontro à beira do lago.

No que ela estava se metendo? Por que deixara que ele chegasse tão perto?

Ela iria. Não por qualquer aventura romântica, mas para deixar claro que isso deveria parar antes mesmo de começar.

Afinal, por que supor que ele queria começar algo? As pessoas são todas iguais.

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— No que está pensando, Violet Markey? — Damon perguntou enquanto caminhavam ao redor do lago, longe dos olhares julgadores.

— Pretende usar sempre meu nome completo? — Violet retrucou, lançando-lhe um olhar de soslaio. Curiosamente, seu nome soava menos ameaçador na voz dele.

— Seu nome é bonito demais para ser apressado.

Eles trocaram olhares por um momento, sem interromper o ritmo da caminhada, mas Violet desviou o olhar antes que começasse a acreditar nas palavras dele.

— Acha que conseguiu evitar a pergunta?

— Às vezes, o melhor a fazer é não dizer o que realmente pensamos. Se permanecemos em silêncio, as pessoas presumem que não pensamos em nada além do que aparentamos. — Ela mantinha o olhar no chão à sua frente.

— Está sugerindo que mentir é a melhor saída? — Ele perguntou, a voz cheia de curiosidade.

— Não. Apenas sugiro o silêncio. E, quando algo for dito, será real.

O olhar que eles trocaram agora era mais intenso, os olhos curiosos tentando decifrar um ao outro. Violet parou abruptamente, desviando o olhar, enquanto Damon se deteve logo à frente, esperando.

— Por favor, não faça isso. — Ela começou, hesitante.

— O quê?

— Damon... — Ela se arrependeu de usar seu nome. — Tive pessoas em minha vida que me enganaram pelo meu sobrenome. Outras, mal conheci, mas, de alguma forma, ainda conseguiram me decepcionar. — Sua voz carregava um tom de raiva contida.

Ela não sabia por que estava revelando tanto a alguém que mal conhecia. Talvez fosse a familiaridade no jeito de Damon.

— Deve saber que minha reputação aqui não é das melhores. As pessoas me julgam por algo que está além do meu controle. E estou apenas tentando não dar-lhes mais razões.

A intensidade de sua voz diminuiu gradualmente, e ela quase se perdeu nas próprias palavras.

— Ninguém precisa saber de nada. Ninguém saberá. Ninguém sabe que estou aqui ou sobre o bilhete, — Damon disse, aproximando-se um pouco mais. Violet deu um passo para trás.

Ela já se odiava por sequer considerar o que ele estava sugerindo.

— Como vou saber que posso confiar em você?

— Vou mostrar que pode. — Damon se colocou à sua frente, tão próximo que ela podia sentir sua respiração.

E então, por um momento que duraria toda a tarde, esqueceram-se do mundo ao redor, das regras da sociedade e dos julgamentos. A beira daquele lago, apenas o tempo e suas histórias importavam.

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Capítulo revisado/reescrito

All The Violets In The World - Damon Salvatore Onde histórias criam vida. Descubra agora