● "Family Line" ●

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Entre 1861 e 1864

Violet passava o pano úmido tão suavemente sobre o rosto de Damon que ele mal conseguir sentir o pequeno tecido roçar sua pele

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Violet passava o pano úmido tão suavemente sobre o rosto de Damon que ele mal conseguir sentir o pequeno tecido roçar sua pele. O silêncio no cômodo era pesado, quebrado apenas pelo som da água morna que Violet usava e os ocasionais suspiros de Damon.

Ela limpava o sangue de sua pele com com uma delicadeza que permitiu o corpo dolorido dele desarmar, ao menos um pouco. De tempos em tempos ela o olhava nos olhos, querendo amenizar o vazio em que eles se afogavam.

Um de seus olhos azuis estava envolto numa cor roxa profunda, o rosto tinha pequenos cortes e vermelhos espalhados, o lábio estava cortado profundamente. O vermelho vivo que o envolvia desaparecia aos poucos enquanto Violet o limpava com suavidade.

Ela pega um pequeno frasco de remédio e umidece o pano com a solução, pressionando sobre os cortes. Ela sabia que ardia, e podia ver como ele tentava ao máximo parecer não sentir nenhuma dor, querendo parecer forte na frente dele.

O tecido era passado com delicadeza por cada ferida e logo depois era suavemente pressionado contra a pele dolorida. Violet queria ter certeza que cada um dos ferimentos seriam tratados. Quando o pequeno pano, encharcado pela solução, passa por um corte mais profundo ela pôde sentir o corpo de Damon se retrair ligeiramente.

A expressão dele ainda era de indiferença, apesar dos olhos fechados, mas a forma como a mão dele, que repousava em sua coxa desde o início, a apertou de repente o denunciou.

- Eu sei que arde, Damon... - ela sussurra, como um aviso que ele não precisava fingir perto dela - Desculpe...

Ela tirou o pequeno tecido por alguns instantes antes de voltar ao rosto dele. O silêncio seguido de sua fala fazia com que sentissem que as paredes os pressionavam, que o chão afundava, que o cômodo da casa de Violet ficasse cada vez mais escuro.

- Você quer me dizer o que aconteceu?

A voz dela era baixa como um sussurro, mas alta o suficiente para que aqueles olhos azuis tristes parassem de olhar para o nada por um momento. Ela sente sua respiração ficar presa na garganta com o olhar dele, aquele olhar de derrota e vergonha. Um arrepio percorreu sua espinha quando a mão que ele apoiava na coxa dela a apertou.

Ela leva o tecido que segurava para longe dele por um momento, sentindo seus olhos marejados apenas em vê-lo assim. Violet se aproxima dele na beirada da cama, colocando os braços ao redor dele devagar, e permitindo que ele a apertasse, que escondesse o rosto em seu ombro.

- Não há nada como voltar no tempo, não é? - ele diz, a voz abafada, soltando um riso sem humor pelo nariz. Mas ela não riu junto. Em vez disso, apenas o apertou mais e virou rosto para ele, o suficiente para que seus lábios tocassem a têmpora dolorida dele.

All The Violets In The World - Damon Salvatore Onde histórias criam vida. Descubra agora