Relógio

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TraVor: Boa noite Gatona, se possível sonha com a gente...


Novamente tento começar a zerar o relogio com seu nome, meu último domingo eu me senti de volta à aqueles dias pesados depois de 21 de setembro de 2022, sentido o peso das horas sufocando o meu peito, o silêncio aterrorizante junto do sentimento de fracasso, não fui eu que fracassei de novo, mas o sentimento parece ser intensamente compartilhado ou só atinge à mim, fico pensando será que você se sente mais leve depois da sua decisão? É mais leve me apagar da sua companhia? Pois os meus nunca estiveram tão pesados, me sinto naqueles cortes dos filmes em que sua imagem vai sumindo das lembranças dos nossos momentos vividos, tento não lembrar de você toda hora, porque esses meses se tornaram um grande nó na minha garganta, vez ou outra minha mente traz à tona imagens, cenas que não imaginava que tinha me marcado como tatuagem, como aquela de você sentado no pé da cama e eu te abraçando por trás e a gente conseguia se ver pelo vidro da porta do banheiro, aquela luz artificial dava a impressão de estarmos a luz de velas, lembra? Naquele mesmo dia você ficou dedilhando meu rosto, recapitulando a minha covinha na curva do meu sorriso... Sempre fomos infinitos, sabe eu sempre me senti tão leve com você, alguém que conseguia me entender de uma forma que eu queria ser entendida, talvez seja por isso que a cada despedida dói pois, parece que a cada vez me despeço de uma parte de mim, do que eu queria que fosse, não quero viver a procura de algo quando sei que eu posso simplesmente ter para mim, não quero viver eternamente  naufragando por aí em busca de incertezas.

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