KARLENA - Ice Queen

Capítulo 15

Exatamente uma hora depois, Kara desceu as escadas do tribunal segurando um pedaço de papel e sorrindo mais do que conseguia se lembrar.

Gareth estava bem ao lado dela. Kara indicou a procuração assinada e carimbada e depois apontou para Lena.

"Isso significa que ela é minha dona agora?" ela brincou.

"Sim," Gareth confirmou com um sorriso. "Até o momento em que ela troque você por gado."

Kara deu uma risadinha.

Lena fungou. "Vocês dois são totalmente ridículos." Ela passou por eles e continuou descendo os degraus em direção à limusine que os esperava.

Kara sabia que ela não quis dizer isso. Ela olhou para Lena quando o juiz aprovou a procuração e notou a mulher severa sorrindo. Claro, o sorriso desapareceu rapidamente, e um aceno de cabeça o substituiu quando ela percebeu que Kara estava olhando para ela.

Gareth colocou suavemente a mão no ombro dela. Ela se virou para olhar para ele e ele lhe entregou seu cartão de visita.

"Ligue-me se precisar de alguma coisa, como se precisar da dissolução da procuração. Vou providenciar isso para você", disse ele, inclinando a cabeça em direção a Lena enquanto falava.

Kara pegou o cartão. "Acho que vou ficar bem", disse ela. "Acho que o latido dela é muito pior do que a mordida."

Ele sorriu. "Eu também acho. Mas, só por precaução, hein?!"

Ela embolsou o cartão de visita. "Obrigada, eu realmente aprecio tudo o que você fez por mim."

"Ainda não terminamos", disse ele. "Próxima parada, a embaixada. Precisamos conseguir esse passaporte ou você perderá seu voo."

Lena já estava no carro, provavelmente suspirando e periodicamente olhando para o relógio com irritação. Gareth foi o próximo a entrar e Kara o seguiu rapidamente. O motorista fechou a porta atrás dela.

Ela estava tão nervosa no caminho para o tribunal que mal notou a viagem. Agora ela sentia que estava em boas mãos. O juiz concedeu-lhe uma procuração e isso efetivamente a liberou aos cuidados de Lena. E Lena não parecia o tipo de mulher que não conseguia exatamente o que queria, quando queria. Elas deveriam voar para Nova York em menos de cinco horas, e Kara tinha certeza de que seguiriam esses planos.

Ela estava ciente de que Gareth e Lena estavam conversando, mas Kara os desligou. Ela olhou pela janela para o imponente tribunal e se perguntou se algum dia veria Paris novamente. Paris tinha sido seu lar durante o ano passado, ou desde que ela conseguia se lembrar, mas ela nunca se sentiu verdadeiramente em casa. Saber que ela era americana fazia com que ela ansiasse para estar em Nova York, mesmo que ela não tivesse nenhuma lembrança de como era.

Parte de seu tratamento consistia em assistir a programas de televisão e filmes americanos para ver se reconhecia alguma coisa. Ela não o fez, mas criou um desejo irresistível de conhecer o país que ela chamava de lar.

Agora ela estava a caminho. As borboletas vibraram em seu estômago e ela fechou os olhos momentaneamente. Ela estava a caminho de descobrir a verdade sobre si mesma e sua vida.