Lena tamborilou os dedos na mesa. Ela viu o estremecimento no rosto de Kara ao se lembrar das filmagens de Rockefeller. Ela desejou não ter dito nada. Talvez Kara tivesse atribuído a lembrança a algum dia agradável com amigos, em vez de a um evento de trabalho aterrorizante.Ela estreitou os olhos enquanto tentava lembrar os detalhes do dia, o que ela havia dito, o que ela havia feito. Ela se lembrava de estar com muito frio e frustrada porque a maioria das modelos eram inúteis nos patins.
Houve uma batida na porta e ela se esforçou para pegar o celular e colocá-lo no ouvido.
"Entre", ela falou.
Kara entrou no escritório e fechou a porta atrás de si. Ela foi direto até a mesa e se inclinou sobre ela, fazendo Lena recuar na cadeira. Kara pegou o telefone e olhou para a tela em branco.
"Pensei que sim", ela disse presunçosamente. Ela colocou o telefone na mesa, sentou-se na cadeira em frente à mesa e olhou para Lena.
Lena a recostou na cadeira do escritório. Sua mão levantou e ela começou a brincar com seu colar.
"Eu estava... acabando de terminar", disse Lena.
"Claro que você estava." Kara não parecia convencida. "Nós precisamos conversar."
"Nós?"
"Sim, nós. Eu quero saber o que está acontecendo. Por que você continua se escondendo aqui?"
Lena hesitou. "Não estou me escondendo, estou trabalhando."
"Não, você não está. Já vi você trabalhando, você fica tão focada, que não ouve a batida na porta. E esse... seu comportamento... parece sempre acontecer quando estou perto de você, então quero saber por quê."
Lena se perguntou se haveria uma maneira de escapar da sala. Seu cérebro não estava inventando desculpas úteis. Ela engoliu em seco. Era isso. Elas não podiam mais fingir que Kara não se lembrava de seu comportamento terrível.
"Acho que você sabe por quê", disse ela.
"Não, eu não sei, é por isso que estou aqui" disse Kara claramente. "Eu não entendo. Num minuto você está normal, no outro você se cala. Ou foge."
"Eu não fujo", negou Lena.
"Você foge." Kara cruzou os braços e recostou-se na cadeira, fixando Lena com um olhar furioso.
O pavor estava dando lugar à frustração quando Lena se inclinou para frente.
"Se eu fizer isso, e não estou dizendo que sim, mas se eu fizer... é para seu benefício. Então você não precisa ficar perto de mim."
Kara franziu a testa. "Mas por que?"
Ela deu um tapa na mesa. "Porque eu sei que você se lembra! Ou você sabe de tudo através de seus diários. Tenho certeza de que todos os vinte e seis volumes são dedicados a como... quão horrível e rancorosa eu sou!"
Os olhos de Kara piscaram rapidamente. Um momento depois, a garota estremeceu e esfregou a têmpora.
"E aquele olhar," Lena disse enquanto gesticulava para Kara. "Esse... horror em lembrar. Eu vi depois que te lembrei do Rockefeller Plaza. Você se lembrou do que eu disse para você. O que quer que fosse. Como devo me lembrar de cada conversa, eu não sei."
"Ei, ei." Kara ergueu as mãos. "Eu não me lembro. E esse olhar, isso é uma dor de cabeça começando. O que, aliás, você está causando porque me estressa."
Lena ficou pasma. "Você... não se lembra?"
"Não. Se eu tivesse lembranças, teria contado a você. Por que você..." Os olhos de Kara se arregalaram. "Oh meu Deus, é disso que se trata tudo isso? Você ficou preocupada porque me lembrei de trabalhar com você? E você... você está fugindo de mim. Porquê?"
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KARLENA - Ice Queen
FanfictionLena Luthor, a principal editora de uma prestigiada revista de moda, sempre acreditou que sua fiel assistente, Kara Danvers, a havia abandonado repentinamente em Paris. Um ano depois, Lena descobre que Kara não a abandonou, mas sofreu um grave acide...