011

937 81 32
                                    

ONDE LILY HENNESSY VIVE A SUA MELHOR VIDA
(temporada 2, episódio 4)


Lily notou um suave balanço no pequeno barco, acompanhado por uma brisa agradável. O calor era intenso e o céu de Seattle estava praticamente sem nuvens, ela sentia o sol aquecendo sua pele, uma sensação muito reconfortante, apesar de sua coluna protestar pelo posicionamento. A garota se acomodou aos pés de Derek, deitando sua cabeça em seu colo, relaxando, enquanto esperavam juntos por qualquer sinal de peixe ou atividade no tranquilo lago.

- Garota preguiçosa - o Shepherd reclamou, dando leves batidinhas na sua cabeça como se quisesse ajeitar seus cabelos.

- Eu só... - ela boceja. - Não esperava que teríamos que levantar tão cedo.

- Você é uma interna que trabalha 48 horas sem descanso, o que é levantar cinco horas da manhã comparado a isso?

- E daqui a quatro horas eu tenho que estar no hospital - Lily diz e se encolhe um pouco mais para caber naquele espaço apertado. - Derry? - chama, usando o mesmo apelido que deu ao mais velho quando ela era mais jovem.

- Humm.

- Quantos anos você tem?

- Quantos anos você acha que eu tenho, Lithie?

- Sei lá, cinquenta e quatro?

- Cinquenta e quatro?! Uau... - ele exclamou, surpreso, abrindo os olhos e observando a água em um tom de verde escuro. - Uau.

- Esse lago deve estar gelado para caralho - Lily inclinou em direção à água e estendeu o braço para fora do barco, confirmando seus pensamentos com a ponta dos dedos. Rapidamente recuou sua mão da água para não irritar o homem, com medo de afugentar os peixes.

- Olha a boca, pirralha - disse bagunçando seus fios dourados.

- Aí, Derek, deixa de ser careta - revira os olhos e o olha diretamente, expressando seu tédio.

Ele apertou os lábios, descontente e lançando um daqueles olhares que ele dava para Lily quando ela era mais nova e fazia alguma burrada.

- Derry?

- O que foi, querida?

- Você acredita em Deus? - Lily observou sua expressão. Não houve nenhuma mudança significativa, exceto pela surpresa diante de uma pergunta tão repentina.

- Como assim? No Deus todo poderoso, onisciente onipresente e onipotente? - Um leve sorriso de desdém apareceu em seus lábios.

- Isso.

- Acho que não, Lils. Depois de tantos anos trabalhando como médico, depois de tantos casos trágicos acontecendo com tantas pessoas boas, não consigo acreditar que realmente exista um Deus tão bom como as pessoas falam e que deixe isso acontecer.

Lily se concentrou com a testa franzida e voltou seu olhar para a água. Às vezes, a ignorância era uma bênção, por isso muitas vezes preferia recorrer a ela.

- Derry?

- O que?

- Se você tivesse que perder um dedo da mão, qual seria?

- Lithie... - Derek pressiona suavemente suas têmporas, como se estivesse tentando aliviar uma dor de cabeça, e arrancando uma risada alta da mais nova. - Por que eu teria que perder um dedo da mão-

- Só responde.

- Definitivamente não o anelar.

- Por que não? - Lily perguntou franzindo o cenho.

Invisible String, mark sloanOnde histórias criam vida. Descubra agora