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Nosso destino já estava traçado
quando nos esbarramos naquele
corredor cheio de gente daquela
faculdade dos sonhos, como assim
eu costumava dizer, nossa história
já havia sido escrita antes mesmo
daquele esbarrão, você acertou
em cheio o alvo do meu coração.



A música baixinha tomava conta do ambiente espaçoso o qual eu estava desde as seis da manhã, completamente sozinha, com ainda minha camisola que usei para dormir na noite passada, acordei cedo e inspirada, agora tô diante dessa inspiração.

_Não, não foi assim que eu imaginei mais cedo, que coisa_ digo.

Dou uma coçadinha na minha testa, passo a página branca do cavalete deixando em uma nova, escolho novas tintas da paleta de cores, mudando da qual eu tava usando desde cedo, começaria tudo de novo, isso até me faz bufar.

_Foco Soraya_ falo pra mim mesma.

Escolho o pincel mais fino, passo na tinta e começo a passar na grande folha, na minha mente aquela imagem continua viva e eu só vou seguindo essa inspiração, acordei com isso na cabeça, mas penso ter sido um sonho, por isso quis pôr em prática.

_Eu só tava usando as cores erradas_ comento.

Sorrio com o que vai se formando no papel a minha frente, está ficando bonito a cada minuto que se vai passando, a música já mudou não sei quantas vezes, ela me ajuda a concentrar em minhas artes no momento de maior inspiração.

_Será que é isso mesmo?_ dou uma paradinha na pintura.

Puxo o banco para o meio da sala que estou, sento e encaro a arte que eu estava fazendo, instantaneamente levo minha mão direita até minha barriga.

Baixo o olhar, não consigo sentir emoção nenhuma nesse momento como já senti antes, talvez eu esteja na fase de superação segundo a terapeuta.

_Como estaria sendo agora?_ faço essa pergunta.

Fecho meus olhos, os abro rapidamente antes que eu me entregue a tristeza a qual levei tempo para aprender a lidar, levanto e volto para o que eu estava fazendo, escolho uma nova cor, preta, e vou passando em alguns pontos do desenho.

_Amor?_ aquele chamado soa alto por conta da música.

_No lugar de quase sempre_ digo alto para que possa ouvir.

Não tiro a atenção do que faço, continuo, ouço os passos da pessoa que acaba de acordar, olho no relógio de pulso, sempre pontual, nem menos e nem mais, os horários que sempre se levanta aos finais de semana, sendo agora sete horas.

_Bom dia sol_ a porta se abre e sua voz entra no ambiente.

_Bom dia amor_ lhe olho e sorrio.

_Acordou inspirada hoje?_ caminha até mim.

_Muito, foi como um sonho, que precisei pôr em prática_ ganho seu beijo.

_É isso mesmo?_ seu olhar se mantém na imagem.

_Parece que sim_ dou uma parada e olho de novo para o desenho.

Nossa HistóriaOnde histórias criam vida. Descubra agora