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Simone Tebet:


_Ok, pode falar agora_ peço calmamente.

_Não tenho nada pra falar Simone_ respiro fundo.

_Sol, qual é, vamos lá, me conte o que fiz, vai, fale_ ela se levanta.

_Procura aí na tua memória, eu vou embora_ seguiu até a porta.

_Mas o que eu fiz? hein? me fala Soraya, eu..._ ia falar.

_Quiser comida pronta vá pra um restaurante que eu não vou fazer hoje_ e então saiu batendo a porta.

Bufei repetidas vezes, chutei o lixeiro que saiu rolando pela sala, andei até minha janela, fechei meus olhos, decidi tomar uma dose de whisky, nunca fui de beber aqui no trabalho, mas eu tava precisando para a acalmar esse estresse que Soraya me causou.

Acho que não aconteceu nada de mais para ela ter agido comigo assim, mas só achava, até eu lembrar do que causou sua ira mais cedo, quando uma coisa se acalma, outra desanda, que caramba.

_Porra_ bato na parede.

Tomo todo o líquido que estava no copo de uma só vez, desce por minha garganta queimando e não esboço nenhuma reação, deixo de lado e vou me sentar, pego o celular e começo a ligar para a sol.

_Atenda_ sussurro.

Na primeira ligação que faço ainda chama, porém as seguidas vezes que continuo insistindo começa a cair na caixa postal, que inferno, resolvo ir até ela, aviso Pacheco para cuidar de tudo aqui na agência, depois vou embora.

_Espero que esteja em casa pelo menos_ queria conversar com ela direito.

Para meu estresse ser maior, peguei um trânsito chato do caralho, resolvi passar antes na casa da sua mãe, lá ela não estava, então segui para casa mesmo, quando cheguei já pude ouvir uma música no andar de cima, na sala que ela usa para fazer suas pinturas.

_Tá tudo errado_ ouço ela dizer sozinha.

A porta está entreaberta, ela está de costa e de frente para o quadro que pinta, observo calada cada movimento seu com o pincel que usa, resmunga algo e passa a página, Soraya estressada não consegue manter sua atenção em nada.

_Por que não me atendeu?_ resolvo adentrar a sala de vez.

Ela apenas vira seu rosto, me olha de cima a baixo, semicerra os olhos, ajeita o óculos que usava e volta a atenção para o que tentava fazer, não respondeu o que eu perguntei.

_Eu te fiz uma pergunta_ me encosto na mesa ali perto.

Cruzo meus braços, volto a lhe observar, saio minutos depois e vou tomar um banho, fico longos minutos no banheiro, odeio ficar nessa situação com Soraya, odeio mesmo, mas eu também não tenho tanta culpa assim do que aconteceu mais cedo.

_Que inferno_ murmuro.

Lembro lá da agência, havia chegado um grupo de jovens que queriam comprar um pacote de viagem, ela até me ajudou com isso, sugeriu alguns lugares para os mesmos, até uma das meninas do grupo começar a se engraçar pro meu lado.

"A dona é muito bonita, uma pena ser casada"

Quando a jovem disse isso ela estava olhando para minha aliança, recebi logo um olhar sério da Soraya, mas continuei com meu atendimento, mas a menina não parou, me olhava, sorria pra mim, tentava ficar o mais perto possível.

"Ah uma dessa na minha vida, era tudo o que eu queria"

A jovem disse naturalmente, sem se importar com os amigos do grupo e com a sol, quando vi a minha loira pedir licença e ir para a minha sala, já vi a merda que havia dado, saio de meus pensamentos quando ouço duas batidinhas na porta do banheiro.

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