➞40

336 45 19
                                    

Simone Tebet:


_Ei, espere, volte aqui_ Soraya fala.

_Estou atrasada_ digo impaciente.

_Está não, pare de fugir de suas responsabilidades_ ela diz.

_Eu não estou fugindo das responsabilidades_ falo um pouco mais alto.

_Pode baixar esse seu tom de voz que você não está falando com os seus funcionários Simone, e sim com a sua mulher_ seu peito sobe e desce.

_Melhor eu ir_ me viro.

_Discutimos e a primeira coisa que você faz é querer sair?_ paro na porta.

_Já disse que estou atrasada_ me viro pra sair de novo.

_Simone, seja mulher o suficiente e sente aqui para conversar com sua esposa e mãe de sua filha_ ela fala sério.

_Manda em mim desde quando?_ a olho.

_Eu não estou dizendo que mando, eu só quero me resolver com você, caramba_ da cama ela taca um travesseiro em mim.

_Você já está grandinha para brincar de guerra de travesseiro_ falo e cruzo os braços.

_Se não quer paz, sai da minha frente_ ela se levanta enfurecida da cama.

_Agora a gente vai conversar_ lhe seguro e não a deixo sair.

_Eu não quero mais também, sai da minha frente_ eu a imprenso contra a parede.

_Que raiva é essa? eu que deveria estar assim_ seus olhos reviram.

_Então fique com essa raiva, me dá licença_ eu não deixo ela sair.

_Começo a achar que está defendendo ele_ ela me olha.

_Pois ache, porque eu não vou mais me bater para conversar com você_ puxa seu braço do meu aperto.

_Soraya_ ainda a chamo mas ela passa pela porta completamente irritada.

Deixo a mão na cintura, e apoio a outra na parede, fico respirando fundo e tentando me acalmar, e essa calmaria só chega quando ouço o choro de Cecília no quarto ao lado, saio do nosso e vou até elas, mas fico somente ali na porta, olhando a cena.

_Mamãe está aqui, mamãe está aqui_ Soraya sussurra.

Fico encostada no portal da porta, mantenho meus braços cruzados novamente, permaneço em silêncio, Soraya pega nossa filha e fica lhe balançando com calma no colo, mas como o choro de nossa menina insiste em continuar, sua outra mãe segue para a poltrona, e é quando ela me vê.

_Posso te ajudar com isso_ falo e vou indo até ela.

_Não precisa, dou conta_ diz seriamente.

_Sol..._ tento falar.

_Não estava atrasada?_ me olha.

_Ajudar você com nossa filha é mais importante_ digo.

_Eu dou conta aqui, pode ir_ suspiro e volto a me irritar.

_Então peça ajuda à aquele homem_ sigo para a porta.

_É uma boa, talvez eu faça isso mesmo_ escuto ela dizer alto.

Paro ali no corredor depois de sua fala, suas palavras ficam rondando minha mente agora, e não demoro para rever minhas atitudes, as quais estão sendo babacas desde hoje de manhã, e tudo isso, essa minha raiva e minha arrogância com ela se deu por conta de alguém que ela encontrou na nossa saída do shopping hoje de manhã.

Nossa HistóriaOnde histórias criam vida. Descubra agora