Simone Tebet:
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⇲_Ei, espere, volte aqui_ Soraya fala.
_Estou atrasada_ digo impaciente.
_Está não, pare de fugir de suas responsabilidades_ ela diz.
_Eu não estou fugindo das responsabilidades_ falo um pouco mais alto.
_Pode baixar esse seu tom de voz que você não está falando com os seus funcionários Simone, e sim com a sua mulher_ seu peito sobe e desce.
_Melhor eu ir_ me viro.
_Discutimos e a primeira coisa que você faz é querer sair?_ paro na porta.
_Já disse que estou atrasada_ me viro pra sair de novo.
_Simone, seja mulher o suficiente e sente aqui para conversar com sua esposa e mãe de sua filha_ ela fala sério.
_Manda em mim desde quando?_ a olho.
_Eu não estou dizendo que mando, eu só quero me resolver com você, caramba_ da cama ela taca um travesseiro em mim.
_Você já está grandinha para brincar de guerra de travesseiro_ falo e cruzo os braços.
_Se não quer paz, sai da minha frente_ ela se levanta enfurecida da cama.
_Agora a gente vai conversar_ lhe seguro e não a deixo sair.
_Eu não quero mais também, sai da minha frente_ eu a imprenso contra a parede.
_Que raiva é essa? eu que deveria estar assim_ seus olhos reviram.
_Então fique com essa raiva, me dá licença_ eu não deixo ela sair.
_Começo a achar que está defendendo ele_ ela me olha.
_Pois ache, porque eu não vou mais me bater para conversar com você_ puxa seu braço do meu aperto.
_Soraya_ ainda a chamo mas ela passa pela porta completamente irritada.
Deixo a mão na cintura, e apoio a outra na parede, fico respirando fundo e tentando me acalmar, e essa calmaria só chega quando ouço o choro de Cecília no quarto ao lado, saio do nosso e vou até elas, mas fico somente ali na porta, olhando a cena.
_Mamãe está aqui, mamãe está aqui_ Soraya sussurra.
Fico encostada no portal da porta, mantenho meus braços cruzados novamente, permaneço em silêncio, Soraya pega nossa filha e fica lhe balançando com calma no colo, mas como o choro de nossa menina insiste em continuar, sua outra mãe segue para a poltrona, e é quando ela me vê.
_Posso te ajudar com isso_ falo e vou indo até ela.
_Não precisa, dou conta_ diz seriamente.
_Sol..._ tento falar.
_Não estava atrasada?_ me olha.
_Ajudar você com nossa filha é mais importante_ digo.
_Eu dou conta aqui, pode ir_ suspiro e volto a me irritar.
_Então peça ajuda à aquele homem_ sigo para a porta.
_É uma boa, talvez eu faça isso mesmo_ escuto ela dizer alto.
Paro ali no corredor depois de sua fala, suas palavras ficam rondando minha mente agora, e não demoro para rever minhas atitudes, as quais estão sendo babacas desde hoje de manhã, e tudo isso, essa minha raiva e minha arrogância com ela se deu por conta de alguém que ela encontrou na nossa saída do shopping hoje de manhã.