Diane estava deitada no chão frio da cela que antes Sebastian estava, ela comecou a pensar como se fosse uma das vítimas que Drácula torturava - e talvez fosse mesmo, afinal, ela era filha dele -, sua mente não conseguia processar o fato de seu próprio pai fazer isso com pessoas inocentes.
- Se estou realmente me tornando numa vampira, o ferimento da espada vai curar em breve. Afinal, os vampiros podem se curar.
Ela ouviu mais passos e respirações ofegantes, quando decidiu que era hora de gritar. O grito mais agonizador que ela já tinha dado em sua vida, ficou satisfeita com o que ouviu em seguida.
Seu pai e seu noivo estavam vindo correndo, pegando duas espadas cada um.
O primeiro a vê-la foi seu pai, que logo jogou as espadas no chão para socorrê-la, Damien ficou boquiaberto e logo a ira tinha tomado conta dele.
Seu rosto ficou vermelho e aquele vermelho combinava bem com sua personalidade, era o segundo monstro que Diane tinha conhecido em sua vida, entre eles, talvez fosse o mais cruel.
- O que aconteceu, Diane? - Perguntou Drácula, com lágrimas entre os olhos.
- Eu fui cortar o braço dele e errei, mas... - Diane não terminou de falar, pois começou a tossir sangue, o que fez a ficar sentada, com as duas mãos sobre a boca. - O que está acontecendo comigo?
Damien começou a sorrir e largou sua espada, em seguida, Drácula também sorriu.
Um sorriso que ainda Diane não conhecia um sorriso da mais pura felicidade - aquilo a deixou com medo da resposta.
Os dois começaram a rir enquanto mais sangue saia da boca dela.
- Me digam... O que está acontecendo comigo? - Tornou a perguntar.
Drácula riu mais um pouco antes de responder.
- Você, minha filha, está quase completando a transformação. Hoje, mais tarde, será o dia em que você vai sentir o gosto de carne humana!
- O que?
- Seu organismo está botando para fora todo o sangue de humana que você tem, o que vai sobrar é apenas seu sangue legítimo, o meu. - Aquilo deixou-a realmente assustada, o que fez sua respiração ir mais rápido. - Estou tão feliz por isso! Feliz aniversário de 17 anos, minha princesa e futura Condessa de sangue.
- Papai...
- Você não sabe o quanto eu esperei isso!
- Mas... E meus machucados? - Sua voz saiu trêmula.
- Vão sarar instantaneamente até o fim do dia.
- E para comemorar, já escolhemos a vítima ideal pra você. - Disse Damien, ele estava estufando o peito de orgulho. - Aquele que você interrogou hoje, é isso mesmo que você está pensando. O nome dele é... - Ele deixou para que Diane respondesse.
- Sebastian Jones. - Ela falou num sussurro.
Falar o nome dele já não tinha o mesmo efeito de antes; agora parecia que ela estava falando de alguém que estava prestes a pagar um pecado alheio, aquilo doía tanto que ela não pôde aguentar e colocou sua mão sobre seu coração.
Ele batia rápido e seus pensamentos estavam desorganizados.
Ela estava confusa, com medo, desta vez não poderia contar com a ajuda de ninguém.
Muito menos mesmo de Sebastian.
Drácula se levantou e abriu os braços, como se estivesse rezando.
- Estou tão feliz! Agora, se me derem licença, vou chamar para uns velhos amigos meus. Vão ficar satisfeitos ao saber que minha princesa, logo será Condessa. E que assim como eu, também vai aterrorizar a Transilvânia.
Diane troca um rápido olhar com Damian, que estava silencioso.
- Estou certo, Diane?
- Sim papai, você está certo.
Drácula saiu saltitante.
Sentada naquele chão coberta de sangue viu que Damien olhava com a mesma ira animal que olhava para Sebastian. Esperou Drácula subir todos os lances de escada para assim, agachar e apertar o braço de sua noiva com toda raiva que podia.
Seus olhos ficaram arregalados e seu maxilar ficou tenso.
Ele sabe.
- O que você está fazendo comigo, Damien? Me solta!
- Fique calada sua mentirosa!
- Eu ainda não sou sua esposa pra você fazer esse tipo de coisa. Você não percebe o quão iracional está sendo?
- Diane, se o que eu ouvi for verdade, eu vou fazer da sua vida um total inferno.
- Me solta seu imundo! Eu jamais serei sua...
- Haha, você é minha pois já assinei nosso contrato de casamento. E como você está 'doente', quem vai assinar por você é seu pai, então não preciso do seu consentimento. - Ele a soltou, se levantou se mostrando muito mais potente do que realmente era.
De repente ele começa a rir.
- Sebastian Jones? Sério? Você casou com ele e não me convidou pro casamento?! Que menina mal-criada!
Ela se levantou, mal aguentando com o próprio peso.
- Eu não casei com ninguém! - Diane gritou.
Damien pegou a mão que estava com o anel e levantou.
- Como não? Este anel fora da avó de Jones, Diane! Você é uma vigarista e não passa de uma vadiazinha qualquer. - Ele puxou os cabelos dela com toda a força que tinha. - Destrua isso! O modo, pouco me importa, mas quero que destrua.
Ele a soltou.
Diane estava assustada, mas também furiosa. Não iria permitir ser tratada daquela maneira.
Ela ia o desafiar.
- E se eu não quiser? - Diane falou olhando nos olhos dele, com seus rostos a poucos centímetros de distância. - Não tenho medo de você, acha se mostrando esse monstro que você sempre foi vou abaixar a cabeça?
- Tudo bem, então serei um viúvo que herdará seu poder e tudo o que você tem. - Ele se afasta. - Agora, vá se trocar. Você está nojenta.
- Esse é o sangue que está me fazendo ser como você.
- Um mostro? Seja bem vinda.
Ele se afasta ainda mais.
- Onde você está indo? - Ela perguntou entre lágrimas.
- Matar seu Romeo.
- Sebastian...
- Após a morte dele, tudo o que precisarei fazer é me livrar de você e mentir para Drácula que você acabou não aguentando uma batalha.
E após essas palavras Damien deixa as masmorras.
Diane tinha pouco tempo para agir e sair dali antes que seu pai voltasse.
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A Filha do Drácula (Concluída)
VampiroNa Europa do século XV, mais precisamente em 1428, os vampiros eram livres para viver entre os humanos sem precisar ocultar suas verdadeiras identidades. O Conde Drácula reinava como líder na Romênia e, quando um vampiro completava 17 anos, era obri...