Capítulo 14 - Ele sempre foi um monstro

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Diane estava deitada no chão frio da cela que antes Sebastian estava, ela comecou a pensar como se fosse uma das vítimas que Drácula torturava - e talvez fosse mesmo, afinal, ela era filha dele -, sua mente não conseguia processar o fato de seu próprio pai fazer isso com pessoas inocentes.

- Se estou realmente me tornando numa vampira, o ferimento da espada vai curar em breve. Afinal, os vampiros podem se curar.

Ela ouviu mais passos e respirações ofegantes, quando decidiu que era hora de gritar. O grito mais agonizador que ela já tinha dado em sua vida, ficou satisfeita com o que ouviu em seguida.

Seu pai e seu noivo estavam vindo correndo, pegando duas espadas cada um.

O primeiro a vê-la foi seu pai, que logo jogou as espadas no chão para socorrê-la, Damien ficou boquiaberto e logo a ira tinha tomado conta dele.

Seu rosto ficou vermelho e aquele vermelho combinava bem com sua personalidade, era o segundo monstro que Diane tinha conhecido em sua vida, entre eles, talvez fosse o mais cruel.

- O que aconteceu, Diane? - Perguntou Drácula, com lágrimas entre os olhos.

- Eu fui cortar o braço dele e errei, mas... - Diane não terminou de falar, pois começou a tossir sangue, o que fez a ficar sentada, com as duas mãos sobre a boca. - O que está acontecendo comigo?

Damien começou a sorrir e largou sua espada, em seguida, Drácula também sorriu.

Um sorriso que ainda Diane não conhecia um sorriso da mais pura felicidade - aquilo a deixou com medo da resposta.

Os dois começaram a rir enquanto mais sangue saia da boca dela.

- Me digam... O que está acontecendo comigo? - Tornou a perguntar.

Drácula riu mais um pouco antes de responder.

- Você, minha filha, está quase completando a transformação. Hoje, mais tarde, será o dia em que você vai sentir o gosto de carne humana!

- O que?

- Seu organismo está botando para fora todo o sangue de humana que você tem, o que vai sobrar é apenas seu sangue legítimo, o meu. - Aquilo deixou-a realmente assustada, o que fez sua respiração ir mais rápido. - Estou tão feliz por isso! Feliz aniversário de 17 anos, minha princesa e futura Condessa de sangue.

- Papai...

- Você não sabe o quanto eu esperei isso!

- Mas... E meus machucados? - Sua voz saiu trêmula.

- Vão sarar instantaneamente até o fim do dia.

- E para comemorar, já escolhemos a vítima ideal pra você. - Disse Damien, ele estava estufando o peito de orgulho. - Aquele que você interrogou hoje, é isso mesmo que você está pensando. O nome dele é... - Ele deixou para que Diane respondesse.

- Sebastian Jones. - Ela falou num sussurro.

Falar o nome dele já não tinha o mesmo efeito de antes; agora parecia que ela estava falando de alguém que estava prestes a pagar um pecado alheio, aquilo doía tanto que ela não pôde aguentar e colocou sua mão sobre seu coração.

Ele batia rápido e seus pensamentos estavam desorganizados.

Ela estava confusa, com medo, desta vez não poderia contar com a ajuda de ninguém.

Muito menos mesmo de Sebastian.

Drácula se levantou e abriu os braços, como se estivesse rezando.

- Estou tão feliz! Agora, se me derem licença, vou chamar para uns velhos amigos meus. Vão ficar satisfeitos ao saber que minha princesa, logo será Condessa. E que assim como eu, também vai aterrorizar a Transilvânia.

Diane troca um rápido olhar com Damian, que estava silencioso.

- Estou certo, Diane?

- Sim papai, você está certo.

Drácula saiu saltitante.

Sentada naquele chão coberta de sangue viu que Damien olhava com a mesma ira animal que olhava para Sebastian. Esperou Drácula subir todos os lances de escada para assim, agachar e apertar o braço de sua noiva com toda raiva que podia.

Seus olhos ficaram arregalados e seu maxilar ficou tenso.

Ele sabe.

- O que você está fazendo comigo, Damien? Me solta!

- Fique calada sua mentirosa!

- Eu ainda não sou sua esposa pra você fazer esse tipo de coisa. Você não percebe o quão iracional está sendo?

- Diane, se o que eu ouvi for verdade, eu vou fazer da sua vida um total inferno.

- Me solta seu imundo! Eu jamais serei sua...

- Haha, você é minha pois já assinei nosso contrato de casamento. E como você está 'doente', quem vai assinar por você é seu pai, então não preciso do seu consentimento. - Ele a soltou, se levantou se mostrando muito mais potente do que realmente era.

De repente ele começa a rir.

- Sebastian Jones? Sério? Você casou com ele e não me convidou pro casamento?! Que menina mal-criada!

Ela se levantou, mal aguentando com o próprio peso.

- Eu não casei com ninguém! - Diane gritou.

Damien pegou a mão que estava com o anel e levantou.

- Como não? Este anel fora da avó de Jones, Diane! Você é uma vigarista e não passa de uma vadiazinha qualquer. - Ele puxou os cabelos dela com toda a força que tinha. - Destrua isso! O modo, pouco me importa, mas quero que destrua.

Ele a soltou.

Diane estava assustada, mas também furiosa. Não iria permitir ser tratada daquela maneira.

Ela ia o desafiar.

- E se eu não quiser? - Diane falou olhando nos olhos dele, com seus rostos a poucos centímetros de distância. - Não tenho medo de você, acha se mostrando esse monstro que você sempre foi vou abaixar a cabeça?

- Tudo bem, então serei um viúvo que herdará seu poder e tudo o que você tem. - Ele se afasta. - Agora, vá se trocar. Você está nojenta.

- Esse é o sangue que está me fazendo ser como você.

- Um mostro? Seja bem vinda.

Ele se afasta ainda mais.

- Onde você está indo? - Ela perguntou entre lágrimas.

- Matar seu Romeo.

- Sebastian...

- Após a morte dele, tudo o que precisarei fazer é me livrar de você e mentir para Drácula que você acabou não aguentando uma batalha.

E após essas palavras Damien deixa as masmorras.

Diane tinha pouco tempo para agir e sair dali antes que seu pai voltasse.

A Filha do Drácula (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora