Capítulo 1

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O que aconteceu com aquela garota que aos 16 anos descobriu a sua sensualidade e sexualidade?

Que adorava o perigo, o proibido, o "não importa onde", o quero mais...
Era uma sede insaciável. Estava descobrindo o seu corpo, seus "sentidos". Descobrindo o prazer, o de proporcionar e o de sentir.

Ela sabia seduzir só com o olhar, era astuta. Quando sabia que ia encontrar o namorado já se vestia com a roupa que iria "facilitar" seus desejos.

Saia curtinha era a sua preferida, a laranja então... Nem sei quantas vezes ela já usou ...

Adorava sentar no colo dele enquanto abria as pernas bem sutil e devagar, e ele enfiava o dedo por dentro da sua calcinha. E nessa hora ela já estava com o corpo todo arrepiado de tesão.

Menores de idade, motel nem pensar, então a diversão quase nunca era o sexo em si, mas o prazer que ambos proporcionavam um ao outro, era algo incrível.
Não tinham regras, medo, tabu, vergonha, nada que os inibisse. Ambos eram seus "primeiros" namorados e primeira relação sexual também.

Era um mundo novo sendo descoberto.
Quantas idas ao cinema só para correr um pouco mais de risco, naquela época tinha o lanterninha, que andava pelo cinema com uma lanterna na mão, pra cima e pra baixo, mas nem ele era capar de parar aquelas mãos por dentro da calça dele.

Eram beijos intensos, quase um sexo lingual e as mãos acompanhavam o ritmo das línguas, as vezes mais lento e outros mais sendentas.
No sofá da casa dele, toda a família vendo filme, era frio e o cobertor era companhia. Companhia que nada, ele era cúmplice mesmo. Ela tinha que disfarçar o tesão porque nessa horas era a mão dele que estava entre as suas pernas. Ai que arrepio!

Foram meses e meses descobrindo novos prazeres, nos mais variados lugares físicos e corporais ... Mas esse relacionamento teve fim...

A busca e o desespero em reconquistar aquele namorado ou então encontrar em outro homem o que ele lhe proporcionava durou anos e anos...

Ela nunca aceitou aquele fim. Contos de fada não existem e aquela adolescente ficou presa a um que ela mesma criou.

Ela tinha mania de pensar, imaginar, criar cenários e cenas em sua cabeça e como ela era extremamente decidida, ela sempre fazia acontecer tudo que queria e imaginava.

Em sua concepção era tudo como no seu mundo imaginário e perfeito, e quando algo lhe fugia do controle ela ficava totalmente perdida e desesperada.

O tesão, o gosto pelo sexo e pelo "perigo" nunca saíram dela mas com o passar dos anos ela foi se fechando e tudo que antes ela fazia "naturalmente" começou a soar em sua cabeça que ela não podia ou não deveria. Sem entender o porque isso acontecia ela foi se frustando com ela mesma.

Por mais que ela tentasse ela sempre ou quase sempre se frustrava consigo mesma.

Dores que transformam - um diário de autodescobertaOnde histórias criam vida. Descubra agora