Capítulo 5

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Essa mudança "para uma nova vida" só a fez cair mais ainda no fundo do poço. Nos primeiros dias juntos, nada de romance como nos filmes, nada de sexo, nada de felicidade. Muito pelo contrário, só decepções e questionamentos do tipo: "O que estou fazendo aqui?", "O que estou fazendo com a minha vida?"

Ela a cada dia se isolava mais do mundo e dos seus amigos. Já não se reconhecia mais em si. Não tinha vontade de sair porque ele nunca lhe fazia companhia. E quando saíam a cara dele de desgosto matava qualquer um.

Ela sempre foi uma pessoa livre, independente, que estava sempre com os amigos. Gostava de sair para comer, dançar, se divertir... E isso tudo morreu/acabou depois que começaram a namorar e morar juntos, principalmente. Raramente vinham amigos "dele" no apartamento para jantar, e quando vinham era para jogar vídeo game, que era o vício dele.

Uma das coisas que mais a destruía por dentro. Ele trabalhava de madrugada e o pouco tempo que eles tinham juntos em casa, ele só pensava em jogar. E para piorar, se ele perdesse era do tipo que ficava agressivo, não se conformava com isso. (não era agressivo com ela, mas jogava as coisas, dava murro no sofá)

A frustração dela só aumentava a cada dia. Inicio de depressão, perda de peso absurda em pouco tempo, isso foi o pior pra ela, perder mais de 7 quilos em uma semana morando com ele.

O desespero foi aumentando porque ela não via como sair daquela situação.

E falando sobre a parte sexual do casal, até tinha sim, mas era sempre como ela queria e quando ela queria. SEMPRE com caminsinha porque ela nao queria de forma alguma engravidar dele.

Era algo mecânico, papai e mamãe, sabe? E se por acaso ele gozasse antes, o problema era dele, ele tinha que continuar ali até ela gozar também. Essa era a única forma de ela sentir "prazer" e na verdade ela não tinha tesão por ele, não era nada disso, ela só precisava gozar mesmo e nada mais. Porque quando acabava alí era cada um para o seu lado e óbvio que ele ia de volta para o vídeo game.

Um ano e três meses morando com ele, chegou o fim, ela consegue sair desse relacionamento de uma forma nada saudável, mas enfim ela se libertou...

Do apartamento ela só levou consigo as suas coisas materiais que havia levado na mudança e a cabeça erguida. Ela sabia que mesmo sendo da forma que foi ia ser melhor pra ela.

Demorou um tempo para ela se perdoar. Entender que entramos em situações que nós mesmo nos colocamos, nada é 100% culpa de ninguém, no mínimo é 50% cada um, então por isso a busca dela pelo auto-perdão.

Logo que esse relacionamento teve fim ela se reencontrou com ela mesma, voltou a sair (sozinha e com os amigos), barzinhos e sair para dançar, isso a enchia de energia e de si mesma.

Acredite ela engordou, cortou e pintou os cabelos, era outra mulher.

Enfim, tinha entendido que aquele "sonho" lá de adolescente que ela tinha imposto a si mesma de casar e ter filhos isso já não era mais o que a preenchia...

Dores que transformam - um diário de autodescobertaOnde histórias criam vida. Descubra agora