Capítulo 27

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Ela adorava quando ela já tinha subido para o quarto e ele ia um tempo depois, passava lá na porta do quarto dela e perguntava: Você tá precisando de "alguma coisa"? E essa pergunta já vinha com aquele olhar, de tô aqui, me chama pra entrar..
As vezes ela se fingia demência, como dizem, e dizia que não precisava de nada que estava tudo bem, mas a maioria das vezes ela não resistia, porque era óbvio que ela precisava sim de "alguma coisa".

Não é normal a química que esses dois tem.

Paramos de falar um pouco sobre a rotina deles, mas acho importante explicar também que além dessa ligação de pele que eles tem, havia algo mais.

Ele a respeitava e admirava demais como mulher, como empreendedora, como tudo. Estava sempre pronto para ouvir as histórias dela, e ouvia com atenção, dava opinião quando achava que precisava. Ela encontrava nele segurança, lar, confiança.

Todo o tempo que ela morou ali, só uma pessoa sabia o endereço dela, a amiga que tinha ido lá com ela, mais ninguém sabia onde ela estava morando.

Parece que ela nao precisava de mais ninguém naquele momento, só o que ela tinha ali com ele já era o sufienciente para ela ser e estar feliz.

Ela estava inteira vivendo somente o presente, como nunca tinha feito na vida inteira. Sempre se preocupava com o futuro, o que poderia acontecer se...

Já ele, ele sim, parece que não tava com a cabeça ali no presente, ela sentia que ele tava ali com ela, mas a cabeça dele estava mais preocupada com o "nossa, tá durando tempo demais, não pode porque isso vai acabar virando um relacionamento".

Esse era o pensamento dele ... Isso a magoava demais, porque a única vez que ela na vida toda conseguiu se entregar 100% ao momento presente, ela sentia falta de ele estar "vivendo" a mesma vibe que ela.

Depois de uma noite de muita entrega, ele não gostava de ficar abraçado por muito tempo, dizia que era coisa de "casalzinho", ela fingia não se importar, mas é óbvio que ela sentia falta disso.

Ela sabia que ele não estava "usando" somente ela, mas ela precisava desse abraço, desse aconchego.. Mas respeitava o pensamento dele.

Nunca dormiram uma noite juntos. Depois que terminavam, ele ia para o quarto dele, mesmo sem vontade de ir, só ia porque tinha que trabalhar no dia seguinte, mas dormir ali com ela, infelizmente isso ela nunca viveu...

Dores que transformam - um diário de autodescobertaOnde histórias criam vida. Descubra agora