Capítulo 3

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Ela ama sentir prazer, e o "gozar" nem sempre é o seu foco, mas muitos caras se cobram e cobram a parceira quanto a isso, e esse cara em especial foi péssimo (pra não falar escroto) com ela naquela dia. Ele simplesmente a cobrou na cara: "Você não vai gozar?", "Você não goza?", e após soltar essa ele saiu da cama e foi embora.

Isso só gerou mais um trauma para aquela garota que já tinha vários em sua coleção.

Sempre que ela se apaixonava e conquistava a pessoa isso gerava uma repulsa dentro dela também, porque o medo em pensar que o próximo passo seria o ato sexual e ela em sua cabeça pensava não ser capaz ou não saber fazia, isso já a deixava "em cólicas".

Sexo oral e ficar "de quatro" pra ela sempre foi algo que gerava autojulgamento e ela não fazia. Não era nojo não, vontade ela sempre teve, e muita, mas sempre se julgava incapaz. E sua mente sempre julgava ser errado.

As poucas vezes que fez, foi rápido demais, ela não se sentia confortável e fazia porque não queria "perder" ou decepcionar o parceiro.

Mas sexo e prazer não pode ser sobre um, sexo é conjunto e ela muitas vezes abriu mão do seu prazer pessoa só para não decepcionar o outro. Pobre garota, não sabia o mal que estava fazendo a si mesma.

Anos sem entender o porque desses bloqueios, nem com a ajuda de terapia ela conseguiu encontrar a raiz de onde tudo isso começou.

Mais de 20 anos depois ela reencontra o seu primeiro amor. Viajam juntos, revivem e relembram momentos que foram muito especiais e importantes para eles.

Enfim conheceram seus corpos despedidos.

Hotel 5 estrelas em Campos do Jordão, SP. Esse reencontro merecia ser em grande estilo.

E logo no primeiro dia, ou melhor, primeira noite, óbvio que ele nunca forçou nada, mas deu a entender que ele gostaria que ela fizesse sexo oral nele, e ali naquele momento, mais uma vez, ela travou.

Ele perguntou pra ela: "Onde está aquela menina que conheci?"
E ela respondeu: "Venho em busca dessa resposta há anos. Ela se perdeu de mim e até hoje não consegui reencontrá-la."

Ela abriu o seu coração e contou sobre seus traumas e bloqueios e disse a ele que para ela isso é muito difícil, que sente que não sabe ou que não é capaz.

Sabe o que é pior? Na imaginação dela, naquele mundinho dela, ela faz isso e muito mais. E pasmem, ela faz muito bem e sente prazer em fazer (mas lá no mundinho imaginário dela).

Ele, como sempre, a respeitou, não tocou mais no assunto, mas esse reencontro serviu para ela entender que não era o término do namoro com ele a causa desses traumas e bloqueios, porque se fosse tudo teria se resolvido ali naquele final de semana.

E isso só auemntou a sua curiosidade em saber e entender o porque disso tudo.

São mais de 20 anos com esses bloqueios sexuais e ela sente falta de sentir e dar prazer...

Dores que transformam - um diário de autodescobertaOnde histórias criam vida. Descubra agora