Parte 7: Dafne - Capítulo 33

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O fim do caso
da joia desaparecida


A sala de gerência é um local amplo, com cadeiras estofadas espalhadas pelas quatro paredes. A pobre Abigail Middleton se encontra inconsolável em uma dessas cadeiras, enquanto a camareira-chefe está, basicamente, dando sermão a uma deprimente Adelaide.

Sinceramente, a pobrezinha aqui é a Adelaide. A Adelaide não tem capacidade de fazer mal nem uma mosca, dirá ser uma fora da lei com uma senhorinha rabugenta.

— Com licença, Sr.ᵃ Middleton. A senhora deve se lembrar que fui requisitada para ser responsável pelo todo processo da sua estada aqui na pousada. - eu disse em forma de cumprimento.

Finalmente a cavalaria chegou. - disse a camareira-chefe

de maneira dramática, levantando as mãos aos céus.

— Me desculpe, camareira-chefe, mas não sou nenhuma

cavalaria. Estou aqui pelo bem-estar da vip do quarto 211 e não a ajudar a recriminar uma funcionária que não está no seu dia bom. - eu disse já me agachando para poder ficar de igual para igual com a senhora Abigail. Já nessa posição, acrescento: — A senhora deseja um chá com croissant ou outra coisa? A senhora poderia ir para um lugar mais confortável, seu quarto talvez?

— Não, não e não. Não colocarei mais meus pés naquele quarto. É óbvio que lá não é seguro. Talvez nem a pousada é. Quero falar com o dono do local, se não chamarei a polícia. - se pronunciou a senhora Middleton pela primeira vez depois da minha chegada.

Mas que senhora chata e rabugenta.

— Como já disse à senhora, o senhor Dickens não poderá... - começou a falar Regina Evans, a camareira-chefe.

— O senhor Dickens não poderá falar no momento com a

senhora, mas com certeza encontraremos uma maneira. Afinal, um cliente sempre tem a razão. Por que a senhora não toma seu chá enquanto espera para falar com o senhor Dickens? Qual seria o lugar mais confortável para a senhora?

Meu bom Jesus, como é desconfortável ficar agachada. Segura a onda Daisy, é tudo pelo cliente.

— Aquela varanda do lado da entrada, Daisy. Você sabe como

aquele lugar me encanta. Aquele lugar é ótimo para aproveitar os meus chás... - disse a Abigail Middleton enquanto eu estendia a mão para ajudá-la a se levantar da cadeira. Eu saí da minha posição, ficando de pé o mais rápido possível e ajudei a senhora Middleton a se levantar. Então, a senhora Abigail começa a tagarelar sobre chás enquanto eu a guio para a saída da sala de gerência.

Foi só chegar em frente a porta que a Regina Evans me puxou pelo cotovelo, pedindo um minutinho para vip do quarto 211.

— O que está fazendo... ? Sabe que o senhor Oliver Dickens não gosta de ser incomodado pelos problemas de clientes... - começa a sussurrar a camareira-chefe. Eu a interrompi com um gesto de mão, e, então, eu sussurro de volta.

— O cliente sempre tem a razão, ainda mais se tratando de um

vip específico. A Sr.ᵃ Middleton quer falar com ele, então ela falará com ele. O gerente já está resolvendo a situação, então não há nada a temer, além que foi o próprio Sr. Dickens que me passou a tarefa de cuidar de perto o atendimento da vip. Cuide da sua função e eu cuidarei do meu. - com isso, dei a meia volta, entrelacei o braço da cliente do quarto 211 ao meu, e, juntas, com a Sr.ᵃ Abigail tagarelando sobre receitas, fomos para a varanda da pousada.

Crônicas do Bosque CongeladoOnde histórias criam vida. Descubra agora