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Ana Luísa

MK: Você se acha demais né garota? Que mané te seguindo o que, tenho coisa mais importante do que seguir menina mimada em shopping. - disse fechando a cara e se sentando na mesa onde eu estava segundos atrás.

Ana: Ah sim, claro. É pura coincidência você sair lá da Rocinha e vir parar no shopping mais distante que tem, juntamente no dia que eu vim também. Nossa, e é mais coincidência ainda ser logo após o baile de sábado que foi onde você deu uma de atrevido pra cima de mim. - Digo apoiando meu braço na mesa enquanto olho com a cara fechada em direção a ele, que nesse exato momento está debochando da minha cara enquanto come uma batata frita.

MK: Isso mermo, coincidência pura. Mas aí, já que ce tá aqui, faz os teus B.O que eu te levo pra casa pô. Um uber daqui até a Rocinha vai dar mais de 50 conto, vou te poupar uma grana.

Ana: Muito obrigada.... - dou uma pausa pra ele falar o nome dele.

MK: MK, muito prazer, mas também pode ser amor da sua vida se você preferir.

Ana: Muito obrigada MK, mas eu vou demorar aqui e não preciso de caridade nenhuma sua. - Digo ignorando sua fala e pegando minha mochila pra meter o pé rumo ao que eu tenho que fazer.

MK: Qual foi loira, eu não mordo não, só mato. Mas uma menina bonita dessa eu não vou fazer mal algum - me dá um sorriso amarelo enquanto continua comendo.

Ana: Qual é a sua em? O que você quer comigo?

MK: Seguinte, além de tu ser gostosinha, bonitinha e tal, fiquei sabendo que você é advogada. - ele faz sinal pra que eu me sente na mesa com ele, mas eu ignoro seu pedido e continuo em pé com os braços cruzados.

Ana: Futura advogada. Não me formei ainda, inclusive se você puder ser mais claro, preciso resolver as coisas da minha formatura. - Solto já impaciente com todo aquele papo.

MK: Calma coração, não é bem assim que as coisas funcionam. - dá uma pausa pra beber o seu refrigerante e logo olha diretamente no meu rosto. - Quero que você seja advogada lá do morro. Responda pela gente e pelas nossas ações.

Olho desconfiada pra ele, e olho novamente ao redor pra ver se alguém escutou uma palavra do que saiu da sua boca. Arqueio uma sobrancelha e sento na mesa que ele convidou a minutos atrás.

Ana: Você faz o que la? Cuida do financeiro, é o pensante? Qual tua função? E por que você tá aqui no asfalto se é envolvido? - Eu deveria simplesmente sair e ir atrás das minhas coisas pra voltar pra casa antes que escureça, mas eu sou curiosa demais pra deixar essa conversa evaporar assim.

MK: Seguinte doutora, não é do seu interesse o meu cargo lá morô? Eu vim aqui, te fiz essa proposta e quero saber da sua resposta. - ele limpou a boca, já que terminou de comer, e cruzou os dedos em cima da sua barriga, descansando as costas no encosto da cadeira da praça de alimentação.

Ana: E vou defender quem exatamente?

MK: Basicamente, de imediato ninguém. Nós somos muito cautelosos com a nossa identidade, já até te respondo sua pergunta porque eu ando livremente por aí sem me preocupar - ele pende a cabeça pro lado analisando meus movimentos e meus gestos faciais - Só vai tá de apoio pra se caso der alguma merda. Vai defender todos por igual, sem pensar no cargo que a pessoa carrega lá dentro.

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