•3•

64 5 0
                                    

Ana Luísa

Assim que chegamos no baile eu já senti que tinha coisa estranha. Sempre viemos em todos que tinham, mas nunca me senti tão observada igual hoje.

Vic: – BH pediu pra gente subir pro camarote – disse animada batendo palmas pra mim.

Ana: – Tá louca Victoria? Lá só tem gente armada, gente perigosa. Você tá com a cabeça aonde?

Vic: – A minha eu não sei, mas a do BH vai estar aqui na amiguinha logo logo. – Fiz cara de nojo pra ela enquanto ela ria me puxando pra cima. Menina maluca cara.

Quando subimos no camarote eu me sentia como um pedaço de carne. Eu sei que eu sou bonita e tal, mas não acho que seja pra tanto exagero. Victoria logo se atracou com o macho dela, me deixando de escanteio. Senti necessidade de ajustar meu decote mesmo ele estando bem comportado. Pra ajudar minha bebida estava horrível, super aguada. Não tinha nem como beber aquilo ali. Deixei num cantinho de alguma mesa e me afastei um pouco mais pra minha amiga e o BH conseguirem conversar melhor.

Dei uma olhada em volta, nunca tinha subido pra camarote antes. Tinha luzes neon por toda a parte e várias portas que eu não quero nem imaginar pra que são usadas as salas. Vários sofás também com mesas para deixar o copo e afins. Assim que terminei de examinar o local senti uma presença junto ao meu corpo.

Neguinho: – Eai minha gata, lembra de mim? – Disse me dando um copo com bebida dentro, logo examinei pra ver se o gelo boiava. Vai que ele tava me drogando ou coisa assim.

Ana: – Como me esquecer de você Neguinho, se você não me dá paz enquanto eu não pisar o pé dentro de casa – Ele corria atrás de mim igual criança corria do banho, chegava a ser engraçado.

Neguinho: – Claro pô, tu não me dá uma chance nunca. Vou ter que ficar indo atrás de tu até aceitar ficar comigo. – Disse se fazendo de sonso

Ana: – E me da um motivo pra eu querer ficar contigo? – Meti marra pra cima dele, tá achando que é fácil assim?

Neguinho: – Um só? Posso te dar vários pô – Me puxou pela cintura, fazendo nossos corpos ficarem a milímetros de distância – Sou bonito pra caramba, cheirosinho, não meto marra pra cima de tu e ainda por cima faço um sexo gostosinho. Só tô vendo vantagem até agora.

Soltei uma risada focando no homem atrás de seu corpo. Moreno, forte, todo tatuado e olhando diretamente pra mim. Fiquei olhando serinho pra ele pra ver se desviava o olhar e nada, nego grudou os olhos de mim que nem Cristo tirava a concentração dele. Um arrepio percorreu meu corpo, como se fosse uma onda elétrica dando curto. Desviei o olhar voltando a prestar atenção nas baboseiras do Neguinho. O cara era implicante mas até que era bom de lábia. Mas nunca foi uma vontade minha de ficar com ninguém daqui, principalmente os que são envolvidos. Não por nada, inclusive a Victoria sempre ficava com um ou outro, mas acho que com a futura carreira que eu seguir, vai ser bem mais complicado conciliar uma relação com alguém que esteja do lado oposto ao meu (ou talvez estaria em conjunto comigo).

Continuamos conversando durante a noite, ele ainda tentava se jogar pra cima de mim, mas não estava no clima. E o homem tatuado não parava de me olhar um segundo sequer. Ele me olhava com um desejo que ninguém podia negar, estava estampado no rosto dele que ele me queria o mais rápido possível. Encontrei com a Victoria e disse que iria no banheiro mas já voltava.

Quando entrei dentro da cabine, acendi a luz pra retocar meu gloss, mas assim que fechei a porta, alguém batia muito forte e desesperadamente.

Ana: – Tá ocupado porra, não tá vendo?

MK: – Abre essa porra agora, não é um pedido é uma ordem.

Abri a porta já estressada – E você é quem pra mandar em mim? O dono do mundo?

MK: – Não, mas sou importante o suficiente pra fazer você abrir quando eu mandar. – Era o homem que não tinha tirado o olho de mim por um segundo se quer. – Da um espaço, quero entrar.

Ana: – Você não tá vendo que eu to usando o banheiro? – Ele me empurra e fecha a porta atrás de si. – Tá ficando maluco? Olha eu sei me defender em. – Disse já pegando o spray de pimenta que ficava na minha bolsa.

MK: – Para de ser maluca garota, ta metendo essa marra pra cima de mim por que? Ficou me olhando a noite inteira e agora quer pagar de doida?

Ana: – Eu te olhei a noite inteira ou você que não conseguiu tirar os olhos de mim nem por um segundo? Se manca garoto, tu não tá com essa bola toda não. – Cruzei meus braços abaixo dos seios, fazendo ele olhar diretamente para o decote do meu vestido. Ele me puxa pra perto dele, puxando meu cabelo e colando nossos corpos.

MK: – O que importa é que agora nós dois estamos aqui, tu quer ficar comigo e eu quero ficar contigo. Eai, qual vai ser? – Senti sua respiração quente perto do meu rosto. Meu peito subia e descia com a adrenalina que meu corpo estava sentindo. Nossas bocas pareciam dois ímãs que não conseguiam ficar uma longe da outra.

Mas eu não podia ficar com ele, eu não sei qual cargo ele carrega aqui, mas tenho certeza que é envolvido. Por mais que nossa atração tenha sido de outro mundo, não posso nem pensar em fazer isso. Não tinha outro jeito de sair. Colei mais ainda nossos corpos, fazendo ele girar pro lugar que eu estava e me fazendo ficar mais perto da porta.

Ana: – Não posso negar que tu me chamou a atenção, mas... – Disse destravando a porta sem ele perceber. – Quem sabe um outro dia né? – Desgrudei nossos corpos e sai do banheiro correndo, indo atrás de Victoria para podermos ir embora. Vivi aventuras demais em menos de 24h, preciso de um descanso.

Loucura de Amor Onde histórias criam vida. Descubra agora